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sábado, 13 de setembro de 2025

Governo define TV Digital sem olhar para o futuro

21/04/2006 09h12 – Atualizado em 21/04/2006 09h12

Agência Estado

O governo brasileiro está definindo o padrão de TV Digital sem ter estabelecido o que quer da TV no futuro. A avaliação é de um dos cinco conselheiros da Anatel, José Leite, que participou dos debates técnicos sobre a questão do novo modelo. “O Brasil queimou etapas na definição de seu padrão e agora vai definir um modelo sem ter um plano de negócios para o setor”, afirmou.Na semana passada, o ministro de Telecomunicações, Hélio Costa, e o chanceler Celso Amorim, assinaram um memorando de entendimento com os japoneses sobre a possibilidade de o país receber a tecnologia asiática. Mas os europeus não desistem. Não apenas Bruxelas afirma que essa não é a melhor opção para o Brasil como o presidente francês Jacques Chirac enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontando que a Europa não dá a luta por vencida. O conselheiro participa de reuniões na União Internacional de Telecomunicações (UIT) e deixa claro que tanto o modelo americano, japonês ou europeu poderiam ter sido adequados para o Brasil. “Tudo depende do que o que o país quer com a TV digital”, afirmou. Para ele, se o objetivo do Brasil era apenas uma televisão de alta definição, o padrão americano bastava. “Mas se queremos diversidade na difusão ou mobilidade na recepção dos sinais, a escolha seria outra”, explicou o conselheiro. “O problema é que pulamos etapas. A Anatel havia feito a avaliação técnica. Mas aí o tema foi retirado da agência e, ao invés de ter sido definido um plano de negócios, passamos diretamente a tratar da barganha e do que ganharíamos”, criticou Leite. Em sua avaliação, o Brasil precisaria atrair investimentos de cerca de US$ 4 bilhões para a montagem de uma fábrica para suprir o mercado nacional com a nova tecnologia.

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