24/04/2006 16h13 – Atualizado em 24/04/2006 16h13
Terra
Uma pesquisa realizada pela Fundacentro e pela Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo chegou a conclusões alarmantes sobre as condições de saúde dos monitores da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem). O estudo, divulgado nesta segunda-feira, mostra que 65% dos trabalhadores da Febem foram afastados do trabalho com quadro clínico de “transtornos mentais” entre 2003 e 2005. Os casos mais comuns são de depressão, síndrome do pânico, alcoolismo e consumo de drogas, entre outros. De acordo com a pesquisa, a utilização de drogas foi incluída como problema de saúde no estudo, pois se refere a casos em que o início se deu depois do ingresso dos monitores na Febem. O levantamento aponta ainda que esses problemas são provocados pela tensão no convívio com os internos, pelas más condições de trabalho e por jornadas excessivas. A partir da pesquisa, foi produzido um relatório de 108 páginas. A Delegacia do Trabalho e o Ministério Público da União, por meio da Procuradoria do Trabalho da 2ª Região de São Paulo, elaboraram um termo de compromisso de ajustamento de conduta, que obriga a Febem a melhorar as condições de trabalho de seus funcionários sob pena de multa de R$ 1 mil para cada descumprimento das obrigações presentes no relatório. Entre as medidas, está a observância das normas trabalhistas, principalmente no que diz respeito a longas jornadas de trabalho. Outra medida prevê que a entidade deve prevenir a entrada de armas, facas e similares, já que esses objetos colocam em risco a vida dos funcionários.