24/04/2006 21h10 – Atualizado em 24/04/2006 21h10
Olair Nogueira e Ricardo Ojeda
Os cinco suplentes dos parlamentares presos e acusados de concussão e formação de quadrilha, Edmilson Bezerra, Elenir Aparecida Barcelos de Souza, José Ferreira de Matos, Solange de Souza Braga e Joel da Silva, foram convocados na noite desta segunda-feira, após sessão ordinária da Câmara de Santa Rita do Pardo. A posse foi feita na sessão extraordinária, convocada após a ordinária. Comentários surgiram durante a sessão de que não poderia haver a convocação e posse sem antes haver sido solicitado o pedido de afastamento dos vereadores acusados.O requerimento de convocação foi lido durante sessão ordinária, pelo vereador José Milton de Souza (PT). O plenário ficou lotado por representantes políticos, pela comunidade e pelos próprios suplentes e familiares. Horas antes do anúncio da convocação, André Ribeiro (PMDB) fez a leitura do requerimento que pediu cassação dos cinco vereadores presos, Ana Ruth Martins Faustino, Zenilda Gregório de Souza, Oziel Dias Leal, Marcelo Goulart e Antonio Carlos Castelo Branco. Todos estão presos na Polícia Federal e Presídio Feminino. Eles foram presos em flagrante após tentativa de extorsão (concussão) da prefeita Eledir Barcelos de Souza (PT). COMISSAO PROCESSANTEDurante a sessão extraordinária foi instaurada a Comissão Processante que vai analisar toda a documentação apresentada na Câmara e o inquérito policial. A comissão ficou com a presidência do vereador Josué Nogueira Martinez, relator, Claudenides Ferreira de Freitas e como membro André Ribeiro.DENÚNCIAA denúncia de quebra de decoro parlamentar foi feita pelo servidor público, Francisco Renato de Souza, de 52 anos, e que há 16 trabalha na administração municipal. Ouvido pela reportagem disse que agiu como forma de impedir um retrocesso dentro do Legislativo. “Temos que impedir que nossa cidade sai perdendo com esse tipo de situação. Queremos ver progredir nossa cidade e nossa comunidade e pelo fato de não compactuar com o que esses vereadores fizeram”, justificou o servidor. DA PRISÃOOs vereadores presos queriam vantagens pecuniárias para não instaurar Comissão Processante contra ela. Entre os pedidos estavam os pagamentos mensais de R$ 2.500, remédios, vale-alimentação no valor de R$ 1.500, além de outras vantagens pecuniárias como cota de combustível, entre outras. Os parlamentares e o assessor jurídico, Enevaldo Alves da Rocha estão presos deste o dia 12 deste mês. A denúncia de cassação foi aceita por unanimidade pelos nove vereadores.SEGURANÇADurante o dia, um clima tenso se instalou na cidade, principalmente com a notícia de que os parlamentares poderiam ser liberados pela Justiça com o pagamento de fiança. A reportagem em contato com o advogado dos acusados, Julio Mancini, disse que desconhecia o fato e alegou que por se tratar de crime inafiançável estava sendo um pouco mais demorado o processo para liberá-los. A reportagem apurou que o advogado três-lagoense estaria deixando a função de advogado de defesa e que no lugar dele estaria sendo contratado um advogado de Campo Grande, cujo nome ainda não foi divulgado oficialmente. Em virtude do clima tenso, a Polícia Militar reforçou a segurança no plenário da Câmara. FUNCIONÁRIOSTodos os funcionários comissionados da Câmara são indicados pelos vereadores. Inclusive eles estavam revoltados pela situação. A suspeita de gravação de clandestina dentro de uma das salas foi levantada. As informações davam conta de que em uma sala, onde os vereadores se reuniram antes de realizar a sessão extraordinária possuía uma bolsa com um gravador dentro e que esta bolsa era de uma funcionária contratada por um dos vereadores presos. A suspeita não foi descartada.