24/04/2006 11h32 – Atualizado em 24/04/2006 11h32
Midiamax News
O fato de a secretária municipal de Saúde, Maria de Fátima Metelaro, não comparecer a audiência que discutiria a saúde pública, inclusive a denúncia de desvio de R$ 15 milhões do HU (Hospital Universitário) de Dourado, acendeu de vez o pavio da dinamite que se transformou o setor em Dourados. Diante da ausência, o delegado do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Luiz Alexandre Bella Farage, disse que os médicos discutirão em assembléia a possibilidade de uma greve.
“Provavelmente vamos parar geral em maio”, avisa Farage, que também solicitou ao Conselho, o afastamento de Maria de Fátima. “Espero que o pedido conste na ata da reunião”, disse. De acordo com o Conselho de Saúde, seria a segunda vez que Maria de Fátima não cumpre com compromisso assumido na reunião de conciliação.
“No primeiro encontro traçamos um cronograma e decidimos que todos apresentariam uma sugestão salarial. Como a prefeitura não enviou proposta marcamos a terceira reunião, da qual a secretária não compareceu, segundo ela, por compromisso de última hora”, conta o presidente do Conselho, Wilson Cézar Medeiros Alves.
O vereador Eduardo Marcondes (PMDB), que também participou da reunião, disse que “a secretária não tem autonomia para gerenciar a pasta. O conselho quer discutir uma questão importante e de repente, por determinação superior, a secretária não participa. Isso parece boicote da prefeitura para desviar atenção do problema do HU”, disse o vereador, complementando, que para ele, “até o relacionamento com o secretário do estado, Matias Gonsales, está abalado, já que há meses o governo não repassa a verba para o HU”.
Sobre o repasse do Governo ao HU, Maria de Fátima disse que “o Estado está com cerca de 8 parcelas de R$ 400 mil atrasadas. O mês passado o governo pagou, mas ainda tem muitas pendentes. A justificativa do secretário de saúde do Estado, é de que faltam verbas”. Com relação ao afastamento, a secretária afirma estar tranqüila. “Impedir as críticas a gente não pode, elas são inerentes ao cargo. Estou muito tranqüila e tenho certeza que não são estas questões que levarão o prefeito a acatar um pedido de afastamento”, disse.
A respeito da denúncia de falta de estrutura na saúde pública de Dourados feitas pelos médicos Jorge Luiz Baldasso e Luiz Alexandre Bella Farage, ela responde que a Prefeitura está encaminhando processo criminal contra os médicos por calúnia e difamação. “Eles terão que provar”, frisou. Já o secretário municipal de Governo, Ermínio Guedes, informa que a Prefeitura protocolou na sexta-feira no fórum Moraliza Brasil, no Conselho de Saúde, no MPE (Ministério Público Estadual) e na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), um pedido de resposta ao desvio de verba do HU. “Esperamos que eles marquem outra reunião. Queremos mostrar onde foram aplicados centavo por centavo dos recursos destinados ao Hospital e, assim impedir que oportunistas políticos entrem em ação com denúncias falsas”, finaliza Guedes.
Na próxima quarta-feira o Conselho de Saúde deve se reunir para dar continuidade as negociações. “O prazo para entramos num acordo é até dia 8 de maio, se até lá o impasse continuar, os profissionais da saúde pública de Dourados podem cruzar os braços”, garante Farage.