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Três Lagoas
quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Audiência debate e detalha danos da IP

27/04/2006 23h00 – Atualizado em 27/04/2006 23h00

Olair Nogueira

Cerca de 400 pessoas, entre prefeitos, secretários municipais, estaduais, vereadores, empresários, estudantes, acadêmicos, professores, jornalistas e ambientalistas, tiveram a oportunidade de debaterem na noite desta quinta-feira, os impactos ambientais que poderão ser causados com a instalação de mais uma unidade de IP (International Paper), em Três Lagoas e Brasilândia. O evento foi realizado no recinto da Leiloado, às margens da BR 262, próximo ao rodoanel.A audiência teve início com a composição da mesa de autoridades formada pelo secretário de Meio Ambiental do Mato Grosso do Sul, José Elias Moreira, do Direto do IMAP (Instituo Meio Ambiente Pantanal), Cid Roner, do deputado estadual Akira Otsubo (PMDB), do prefeito de Brasilândia, Antonio Thiago (PMDB), da prefeita de Três Lagoas Simone Tebet (PMDB), do representante do MPE (Ministério Público Federal), Marcos Salatti e Antonio Carlos, promotor do Meio Ambiente de Três Lagoas.A Audiência Pública convocada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (SEMA) e pelo Instituto Meio Ambiente Pantanal (IMAP), a International Paper apresentou o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) relativos ao projeto da fábrica no município sul-matogrossense, ambos os documentos elaborados pela empresa de consultoria ERM. Representantes da empresa realizaram apresentação com apoio de equipamento audiovisual dos impactos que ocorrerão com a instalação da fábrica na cidade e detalhou as medidas pela qual a empresa estaria tomando para saná-las, sem que a condição de vida, fauna e flora, sejam afetadas, como por exemplo: a qualidade do ar, da água, de saúde, transporte, entre outras.DÚVIDASApós a apresentação de cada estudo realizado sobre os impactos, a mesa, já composta agora com técnicos da empresa ERM, realizaram a moderação das perguntas que surgiram dos participantes da Audiência. Vários questionados surgiram, principalmente por parte de ambientalistas. Cada pergunta, formulada em formulário próprio, num total de 110, foram respondidas uma a uma pelos técnicos. AÇÕES PLANEJADASSobre os impactos negativos com a implantação da Paper, o técnicos apresentaram ações planejadas como por exemplo: Implementação de Programas de Controle Ambiental e fiscalização das atividades de implantação da futura fábrica; Medidas emergenciais de neutralização e bombeamento do efluente; remoção do efluente, do solo e da água, em caso de contaminação; Monitoramento e controle de qualidade dos efluentes líquidos industriais por meio de estação de tratamento de efluentes com sistema de lodo ativado; Monitoramento e tratamento, por meio de filtros eletrostáticos, além de sistemas de coleta e destruição térmica de gases do processo, controlando os pontos de emissão do MP (material particulado/fuligem), SO2 (dióxido de enxofre) e CO (monóxido de carbono), TRS (enxofre reduzido total) e NOX (óxidos de nitrogênio), para que eles não causem danos à saúde e ao meio ambiente; Levantamento das populações de espécies indicadoras de alterações na qualidade ambiental; Sinalização da Rodovia MS 395; Instalação de placas sinalizadoras e sonorizadores nas vias internas; Informação e conscientização dos condutores de veículos; Implementação de Programa de comunicação social e de relacionamento com as partes interessadas; Priorização da contratação de mão-de-obra local e regional; Implementação de Programa de adequação da infra-estrutura social e de serviços para o período de construção do empreendimento e Implementação de Plano Ambiental de construção para ser aplicado pelas empresas a serem contratadas para esse fim. PAPERApós o encerramento das perguntas e das respostas, muitas dúvidas ainda surgiram principalmente sobre a certeza de instalação da Paper na cidade. João Dantas Araújo, 38, disse à reportagem que esperava que alguém desse um sinal positivo sobre a IP na cidade. “Compareci aqui para sair com a certeza de que a empresa viria para cá, mas sai decepcionado”, falou. Já alguns otimistas, disseram que a multinacional não iria preparar algo desse porte, para no futuro cancelar o investimento no Brasil. Foi o que falou, a nutricionista, Camila Bueno D´Angelo, de 29 anos. Na opinião dela, a Paper anunciará para breve o investimento na cidade. “Temos todas as condições para abrigarmos a empresa e a cidade é quem vai ganhar com isso, pois tenho certeza que meus filhos terão uma vida melhor e a certeza de emprego no futuro”, justificou.A audiência foi encerrada com os participantes garantindo que a empresa e a cidade teriam futuro promissor. “Um investimento de 1,8 bilhões de dólares é para encher de orgulho nossa cidade, nossa população e o Brasil, afinal de contas o PIB vai aumentar com o investimento”, disse Vanderlei Duarte, presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, ao se referir ao debate. Ainda na opinião dele, a cidade terá um ganho significativo de novos investimentos e de qualidade de vida, já que a prefeitura deverá fazer investimentos em várias áreas.Veja fotos do evento na Galeria de Imagens

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