27/04/2006 23h23 – Atualizado em 27/04/2006 23h23
Olair Nogueira
A International Paper provavelmente deve definir se instalará sua maior unidade no Brasil, ou nos outros dois países concorrentes, até o final deste semestre. A informação é do diretor de Comunicações e Assuntos Corporativos da IP, Luis Fernando Madella, que participou da audiência realizada na noite desta quinta-feira.Segundo o site do Portal Celulose Online, o diretor explica que, no início de março, o projeto e o relatório de impacto ambiental (EIA-Rima) da nova fábrica de celulose e papel foram entregues para análise. O documento, composto por cinco calhamaços, compreende cerca de 1,8 mil páginas e explica desde os possíveis impactos da obra no aspecto físico, biológico até socioeconômico. No final do mesmo mês, foi publicada a data para audiência pública, processo obrigatório para que a empresa receba a licença prévia, expedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).Segundo Madella, a diretoria internacional pretende se reunir na segunda quinzena de julho para informar, em definitivo, qual país receberá sua maior fábrica.”Se confirmada a instalação em Três Lagoas, e se todas as licenças preliminares (prévia e de instalação) forem liberadas, começaremos em outubro as obras, que têm prazo de conclusão de 24 a 30 meses”, explica.Sobre a possibilidade da escolha por Mato Grosso do Sul, Madella reafirma que não há nenhum indício. “Temos o melhor clima, mas ainda há empecilhos na questão tributária. Não dá para adiantar nada”, diz, acrescentando que todo trabalho preliminar feito no Brasil também é executado na China e na Rússia, também candidatas a receber o empreendimento.A International Paper investiu em 2005 cerca de US$ 20 milhões em plantio. Neste ano, a previsão é de que sejam colocados neste setor US$ 25 milhões. Sobre um possível “plano B”, com relação aos mais de 100 mil hectares de eucaliptos plantados na região – caso a indústria não venha para o Brasil –, Madella é positivo. “Não existe ‘plano B’ e o ‘plano A’ é a instalação da fábrica”.O diretor nega as especulações de que o porto que liberaria parte da produção da multinacional seria instalado em uma cidade vizinha, mas no Estado de São Paulo. “O ancoradouro fica em Mato Grosso do Sul, em uma área a cinco quilômetros do empreendimento. É só olhar o EIA–Rima, que está lá”.A IP, antes da audiência, promoveu fóruns de debates, que reuniram aproximadamente 80 pessoas, entre elas representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e de organizações não-governamentais. Nesses encontros foram tiradas as principais dúvidas das partes interessadas. “É preciso diminuir as dúvidas para a audiência pública”, comenta. Durante todo o fórum, três cópias do EIA–Rima ficaram disponíveis aos participantes. DADOSSe confirmada a unidade, ela será construída em uma área na Fazenda Barra do Moeda, na MS-395. As obras já foram adiadas, pois a previsão inicial era de que ela começasse em 2006 para em 2008 operar, com 550 empregos diretos e capacidade de produção de 1 milhão de toneladas de celulose branqueada de eucalipto. A instalação da IP aumentará o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 0,15%, do Estado em 13,5% e do município em 300%.