03/05/2006 14h06 – Atualizado em 03/05/2006 14h06
EFE
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegará na noite de hoje a La Paz para reunir-se com o homólogo boliviano, Evo Morales, horas antes do encontro de ambos com os governantes da Argentina e do Brasil, informaram fontes oficiais.
O porta-voz presidencial, Alex Contreras, disse que Chávez chegará às 18h locais (19h de Brasília) e analisará com Morales os aspectos relacionados à nacionalização de hidrocarbonetos anunciada pelo governante boliviano na segunda-feira passada.
Segundo o funcionário, os governantes também discutirão sobre a participação da Bolívia no Gasoduto do Sul, um projeto impulsionado por Caracas para fornecer gás natural ao Brasil e à Argentina.
Chávez e Morales devem se reunir amanhã em Puerto Iguazú, na Argentina, com Luiz Inácio Lula Da Silva e Néstor Kirchner, para analisar a situação da segurança energética na região após o anúncio do decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos pela Bolívia.
O porta-voz presidencial boliviano sustentou que os Governos brasileiro e argentino anunciaram que as empresas petrolíferas de seus países permanecerão na Bolívia para negociar nos próximos 180 dias sua situação, depois do decreto anunciado por Morales.
“Nenhum (país) colocou impedimentos ou obstáculos. Existe, sobretudo, predisposição para encontrar soluções conjuntas”, disse Contreras. “Acreditamos que a reunião dos quatro presidentes amanhã em Puerto Iguazú reflete isso: o interesse dos dignatários de encontrar soluções que favoreçam à Bolívia, mas que também beneficiem às empresas” dos países envolvidos, completou.
O chefe da diplomacia boliviana, David Choquehuanca, disse que seu Governo informou a maioria dos países com os quais mantém relações sobre a medida adotada pelo Governo nesta segunda-feira.
Choquehuanca detalhou que a reunião presidencial de amanhã em Puerto Iguazú será aproveitada por Morales para explicar a seus colegas argentino, brasileiro e venezuelano os alcances da nacionalização dos hidrocarbonetos.
O chanceler boliviano insistiu que as queixas de alguns líderes por uma suposta ausência de consulta prévia não fazem sentido, porque o país exerceu sua soberania com o objetivo de recuperar os recursos naturais em seu próprio território.
