03/05/2006 08h50 – Atualizado em 03/05/2006 08h50
Midiamax News
A direção do PMDB cobrou nesta terça-feira do pré-candidato do partido à presidência, Anthony Garotinho, respostas às denúncias sobre doações supostamente irregulares para a sua campanha. O Tribunal de Contas do Rio de Janeiro pediu explicações dos órgãos do estado que contrataram ONGs sem licitação.A Polícia Federal já começou a ouvir os sócios das empresas que doaram dinheiro para a pré-campanha de Anthony Garotinho. Sócios de três dessas empresas são também diretores de ONGs que receberam, no ano passado, R$ 112,5 milhões do governo do Estado.O Tribunal de Contas do Estado, que também investiga o caso, expediu nesta terça 20 comunicações a responsáveis por órgãos públicos. São secretários de estado e diretores e ex-diretores de empresas, que terão que explicar porque contrataram ONGs sem licitação.O relatório do TCE questiona porque a Fesp, órgão do estado responsável pelos contratos, aceitou prestar serviços mesmo sabendo que não teria estrutura para isso e que teria que terceirizar os serviços, o que seria proibido, segundo os relatores.Os relatores decidiram também realizar uma inspeção especial na Fesp, para avaliar o contrato assinado entre a fundação e o Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania, que segundo o TCE, recebeu, sem licitação, R$ 133 milhões, para prestar serviços à Secretaria Estadual de Saúde. Apesar do volume de dinheiro recebido, o CBDDC tem uma sede modesta num município pequeno, a 90 quilômetros do Rio.A governadora Rosinha Matheus determinou a investigação de todos os casos, por meio de uma comissão comandada pela Procuradoria-Geral do Estado. A Procuradoria informou que já pediu a todos os órgãos do estado que contrataram ONGs por meio da Fesp, para que encaminhem os contratos para serem analisados.Em Brasília, a cúpula do PMDB teve um dia de conversas sobre a candidatura do partido à presidência da República. Os peemedebistas cobraram respostas de Anthony Garotinho às denúncias. E avaliaram que elas produziram um desgaste que pode inviabilizar a candidatura do ex-governador do Rio. Garotinho está há dois dias fazendo uma greve de fome.“Com todo respeito eu entendo isso como uma falta de maturidade absoluta. Como alguém que se coloca como candidato à presidência da república pode tomar uma decisão como esta. Isso é um péssimo precedente”, criticou o senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado.O presidente do PMDB defendeu que Garotinho dê explicações convincentes para as denúncias. “Os jornais, a imprensa televisiva, as emissoras de rádio estão abertas para esses esclarecimentos. Seria até uma saída para esta greve de fome, ele vir a público esclarecer estes fatos com o espaço que a imprensa, naturalmente lhe daria e liquidaria essa questão da greve de fome que eu volto a dizer não ajuda em nada”, afirmou Michel Temer, presidente do PMDB.