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domingo, 14 de setembro de 2025

Oposição aproveita visita ao Planalto para ironizar Lula

04/05/2006 17h17 – Atualizado em 04/05/2006 17h17

Folha Online

A visita dos líderes da oposição no Senado ao gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, promovida pelo presidente em exercício, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), durou poucos minutos, mas foi tempo suficiente para os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (PFL-RN) destilarem ironias ao petista. Entre um cafezinho e outro, os oposicionistas disseram que podem voltar a ocupar o gabinete presidencial a partir do próximo ano, caso o candidato tucano, Geraldo Alckmin, seja eleito. “[A visita] foi um bom presságio”, afirmou Agripino, cotado para ser vice de Alckmin. “Fazia três anos e meio que eu não vinha ao Palácio do Planalto. Nenhum fato de interesse nacional me trouxe aqui. Mas em breve deveremos voltar [num governo Alckmin].” Empenhado em conseguir o apoio do PMDB governista a Geraldo Alckmin, Virgílio aproveitou a ocasião para elogiar o presidente em exercício. “Renan fará em 10 horas de trabalho o que o presidente Lula não fez um 4 anos”, exagerou. “Recomendei que ele fizesse uma limpa [nos ministérios] e colocasse gente que trabalhe.” Em tom de brincadeira, Virgílio quis saber se daria tempo para que as mudanças nos ministérios fossem publicadas no “Diário Oficial” da União antes de o “homem” voltar. Foi informado por Renan que Lula só retorna hoje à noite ao país e que se quisesse poderia seguir a recomendação de Virgílio. Neste momento, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, entrou no gabinete presidencial. “Será o primeiro que vamos demitir”, brincou o líder tucano. Sucessão presidencial A conversa no gabinete de Lula também enveredou para a sucessão presidencial. Agripino disse que a visita ontem do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, ao presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), revela que a candidatura do presidente Lula “está posta” e que “os meios institucionais” são usados para favorecer o petista. Agripino disse que a iniciativa de Genro – que ofereceu a vaga de vice na chapa de Lula ao PMDB – foi uma afronta ao ex-governador Anthony Garotinho, pré-candidato do PMDB. “Foi um gesto de hostilidade política clara ao ex-governador Garotinho. Ele tem todo direito de se sentir ofendido”, avaliou. Sobre a vaga de vice, o pefelista acusou o governo de “assecundar” a proposta que já tinha sido feita pelo PSDB. Tanto Agripino como Virgílio disseram acreditar, no entanto, que a tendência do PMDB é não ter candidato próprio nem apoiar nenhum dos nomes colocados. “A maioria do PMDB deve optar por ter liberdade para fazer alianças nos Estados”, concordou Renan. Virgílio disse acreditar que de qualquer forma, a maioria do PMDB deve compor, mesmo que informalmente, com o PSDB nos Estados. Sobre as dificuldades de Alckmin em melhorar sua intenção de votos, o tucano brincou: “A candidatura tem tudo para decolar e não vamos ficar dando uma de administrador de aeroporto para dizer quando ela vai subir”.

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