09/05/2006 08h58 – Atualizado em 09/05/2006 08h58
AFP
Dois milhões de bebês ao ano morrem no dia do nascimento nos países em desenvolvimento, segundo um estudo publicado nesta terça-feira pela organização britânica Save the Children.
No total, 20% das dez milhões de crianças que falecem todos os anos antes de completar cinco anos não chegam a viver mais de 24 horas, um milhão morrem sem chegar a uma semana e quatro milhões durante o primeiro mês de vida.
Os números podem ser reduzidos em 70% com atitudes simples, como a vacinação das mulheres contra o tétano e a presença de uma parteira no momento do nascimento, opina a Save the Children.
“As primeiras horas, dias e semanas da vida de um recém-nascido são cruciais”, lembrou a presidente da organização, Jasmine Whitbread.
“As medidas de saúde mais simples podem fazer a diferença entre a vida e a morte”, acrescenta.
O “Relatório 2006 sobre a Situação das Mães no Mundo” afirma que a maior parte das mortes de recém-nascidos, provocada sobretudo por infecções, complicações pós-natais e problemas de peso, são evitáveis.
Para a Save the Children, o número surpreendente destas mortes é um dos problemas de saúde que menos recebe atenção no mundo.
Os falecimentos de recém-nascidos são tão freqüentes em muitos países em desenvolvimento que os pais preferem não dar nomes a seus filhos antes que tenham entre uma semana e três meses.
Estes índices muito altos de mortalidade poderiam ser consideravelmente reduzidos se as mulheres jovens tivessem mais acesso à educação, à nutrição e a umacontracepção moderna, destaca o relatório.
A vacinação antitétano, um tratamento rápido das infecções e mais educação em termos de higiene, com cuidados sanitários de qualidade para as mães depois do parto, também diminuiriam o número de mortes de recém-nascidos no Terceiro Mundo.
O relatório classifica os países em função das condições de parto ou nascimento: Suécia figura na cabeça dos 125 países mencionados, à frente de outros países escandinavos, e Níger ocupa a última posição.