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terça-feira, 16 de setembro de 2025

Marcos Valério tentou suspender liquidação de bancos

09/05/2006 08h45 – Atualizado em 09/05/2006 08h45

Aquidauana News

O empresário Marcos Valério, que pretendia arrecadar R$ 1 bilhão segundo o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, dependia da devolução de dois bancos, o Econômico e o Mercantil de Pernambuco, que estão sendo liquidados pelo Banco Central, aos seus antigos controladores. Entretanto, o negócio foi barrado no Banco Central, informou o jornal O Globo. Apenas com a suspensão da intervenção do banco pernambucano, que era do interesse do Banco Rural – fonte de recursos para Valério e para o PT – integrantes da CPI dos Correios estimaram que o mineiro esperava receber cerca de R$ 200 milhões. De acordo com o relatório da CPI, ao sofrerem uma intervenção do BC, Mercantil e Econômico foram obrigados a comprar títulos públicos cotados em dólar e dá-los ao BC em garantia aos empréstimos que receberam do Programa de Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer). Com a desvalorização do real, os papéis, corrigidos em dólar, teriam dado lucro para as massas falidas dos dois bancos. Por isso, os antigos controladores têm interesse em retomar os bancos, porque teriam recursos o suficiente para pagar a dívida com o BC e ficariam com a diferença, estimada pela CPI em aproximadamente R$ 1 bilhão. Assim, deixariam de ser devedores para serem credores da União. “Houve uma tentativa de intermediação do Marcos Valério junto com o Delúbio Soares para levantar a liquidação, mas o BC foi contra: tanto o presidente Henrique Meirelles quanto os diretores da área. A especulação é de que Valério lucraria R$ 200 milhões com a operação, afirmou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), um dos sub-relatores da CPI dos Correios que investigaram o assunto. Valério, segundo o relatório da CPI, tentava dobrar a resistência dos diretores do BC. Em depoimento na CPI, a presidente do Rural, Kátia Rabelo, admitiu que Valério funcionou como um facilitador do negócio no governo e que ela mesma se encontrou com o ex-ministro José Dirceu para tratar do assunto. O diretor do BC Paulo Cavalheiro também informou aos parlamentares da CPI que Valério esteve no banco por pelo menos 17 vezes desde 26 de março de 2003, acompanhado de diretores do Banco Rural.

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