09/05/2006 07h46 – Atualizado em 09/05/2006 07h46
Midiamax News
O padre Siro Acquistapace, 61 anos, acusado de exploração sexual contra garotos de Dois Irmãos do Buriti, onde ele atuava há nove anos, disse ao jornal O Estado que está sendo vítima de perseguição.Acquistapace disse ao jornal que o delegado do município, Carlos Henrique Serafim, o estaria perseguindo devido a cobranças que ele fazia ao delegado sobre a investigação de furtos ocorridos na casa paroquial durante o carnaval. “Ele deve ter feito isso para se vingar, porque durante o carnaval minha casa foi arrombada quatro vezes e, como a Polícia não fazia nada, eu sempre cobrava uma atuação mais eficiente nas celebrações”.O padre também declarou ao jornal que Serafim teria apontado uma arma para um dos garotos, obrigando-o a falar inverdades sobre Acquistapace.Sobre as cervejas, medicamento cytotec e as fotos encontradas na casa dele, o padre defende-se dizendo que raramente consumia bebida a base de cevada, que tomava o remédio devido a úlcera e que as fotos eram apenas “registros” dos momentos em que os meninos tomavam banho no rio devido ao forte calor.A única acusação que Acquistapace admitiu ao jornal O Estado, é que deixava os “coroinhas” dirigirem o carro da casa paroquial quando deslocavam-se para as glebas. “O menino me ajudou, mas só nos locais onde não tinha asfalto”.O padre disse ao jornal que está em Roma, na Itália, desde o dia 17 de abril, um dia após ter saído de Dois Irmãos com a ajuda de um jovem. Ele está morando com a irmã e celebra missas normalmente e declarou que não tem intenção de voltar para o Brasil.As denúncias de exploração sexual contra o padre chegaram ao conhecimento da Polícia no início de abril através de um adolescente que teria ficado sabendo dos fatos através das próprias vítimas, que posteriormente confessaram as atitudes do padre, que teria forçado um deles a desmentir as declarações.Familiares das supostas vítimas protocolaram uma denúncia na OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil/secção de Mato Grosso do Sul) contra o delegado, acusando-o de ter forçado os coroinhas a declarem inverdades.