10/05/2006 10h31 – Atualizado em 10/05/2006 10h31
Agora MS
Não é novidade que o mercado de carne em Mato Grosso do Sul atravessa um momento delicado. O número de abates no primeiro trimestre deste ano caiu, se comparado com o mesmo período de 2005. Uma pesquisa revela que o quadro não é tão desanimador. O levantamento da Superintendência Federal de Agricultura concluiu que não foi significativo, mas houve queda no número de abates nos frigoríficos em Mato Grosso do Sul, registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF). Enquanto de janeiro a março do ano passado foram abatidas 867,8 mil cabeças, no mesmo período deste ano o número caiu para 848,6 mil animais. Uma redução de 2,26% no número de abates. Segundo o superintendente federal da agricultura, a queda nos abates foi por três motivos básicos: São eles o aspecto tributário, a política cambial e a febre aftosa. Desde outubro do ano passado quando foram registrados os primeiros focos de aftosa em Mato Grosso do Sul o setor passou a sofrer queda de preço causada por um relativo desinteresse no produto. A exportação bloqueada forçou a venda para o mercado interno, o que diminuiu a demanda.Outro motivo para a queda no número de abates está no fechamento de três frigoríficos da região sul do Estado, dois em Iguatemi e um em Eldorado. Depois de seis meses parados, os frigoríficos retornaram o abate no final do mês de abril. No estado 34 frigoríficos estão registrados no SIF, ou seja, podem vender tanto para o mercado interno quanto para outros estados e países. Destes, 11 exportam o produto para a União Européia.O governo do Estado aponta como pivô da crise financeira, a queda na arrecadação por conseqüência da crise no agronegócio. Para o comentarista econômico Ido Michels, houve problema, mas não o suficiente para culpar a incidência da aftosa no Estado por todas as mazelas sofridas. Segundo ele, os abates caíram cerca de 50% em outubro, mês que surgiu a aftosa, porém no mês seguinte os abates retornaram a patamares semelhantes aos anteriores. A redução do preço, portanto, seria um elemento da redução na arrecadação, pois com o direcionamento da carne para o mercado interno o forçou para baixo. Já a queda nos abates é considerada irrelevante.