14/09/2006 08h10 – Atualizado em 14/09/2006 08h10
Estadão
Ela mostra seu quarto em vídeos na Web. Olha diretamente para câmera, faz confissões pessoais, fala da família, do amigo Daniel. “Nunca fui numa festa”, diz num dos vídeos. Talvez seja a sinceridade com que conversa. Talvez seja a solidão, patente em seu nome (garota solitária, na tradução literal) e em suas confissões para a webcam, que fizeram seus vídeos serem assistidos milhares de vezes por visitantes do portal. Pena que lonelygirl15 não passe de mais uma criação de uma agência, numa tentativa de capturar o chamado efeito viral, que faz com que vídeos engraçados ou irônicos caiam no gosto popular e se espalhem como febre com menção em blogs e por redes de e-mail e mensagens eletrônicas (veja outras matérias sobre o tema ao lado). O assunto só veio à tona nas últimas semanas, quando blogs e sites especializados começaram a debater se a história era verdadeira. Tudo veio abaixo quando três fãs, motivados pela curiosidade, rastrearam um e-mail enviado pela garota, apenas para descobrir que a mensagem havia saído da agência de talentos Creative Artists Agency, de Beverly Hills. A história chegou depois ao Los Angeles Times, que questionou a CAA pela história. A empresa, afirmou que “não confirmaria nem negaria estar envolvida com os vídeos da lonelygirl15.” A confissão veio só agora, em matéria publicada pelo jornal The New York Times: a adolescente, que dizia se chamar Bree, é a atriz Jessica Rose. Segundo a matéria, o vídeo é parte de um projeto piloto do que deverá se tornar um filme. E que pode ter sucesso duvidoso, já que é difícil prever que os fãs da garota solitária continuarão a acompanhar seus comentários agora que se sabe que tudo não passou de uma armação.