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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Sem chuva, preços dos legumes e frutas sobem

15/09/2007 11h12 – Atualizado em 15/09/2007 11h12

Agência Anhangüera

A estiagem, comum nesta época do ano de transição entre o Inverno e a Primavera, provoca prejuízos para os bolsos dos brasileiros. Com a falta de chuva, que em Campinas completa hoje 51 dias, as verduras e legumes, principalmente, precisam de mais irrigação para serem produzidas, o que encarece o preço final ao consumidor. As frutas, em particular a laranja, a tangerina e o limão, também são atingidas pela baixa umidade e os preços sobem. A acelga, por exemplo, subiu 13,6% na semana passada em relação à anterior. O preço da unidade passou de R$ 0,88 para R$ 1,00 nas Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa). De acordo com os técnicos de mercado Ceasa, entre as frutas nacionais, todas são atingidas pela baixa umidade. As que mais sofrem, porém, são as frutas cítricas e as bananas, pois além da água para formação dos frutos e das plantas, elas precisam de umidade no solo e no ar e de temperatura mais quente para se desenvolverem adequadamente. Na época de chuvas, a média de oferta de frutas na Ceasa-Campinas é de 30 mil toneladas por mês. No período mais seco, essa média cai para 23 toneladas por mês. A explicação para a redução do volume ofertado é que a curto prazo o que acontece é que as frutas acabam tendo perda de qualidade, redução e produtividade menor, fazendo com que a oferta no mercado seja reduzida. A médio prazo isso pode gerar atraso no ciclo de produção e o enfraquecimento da planta. “Apesar de o impacto da seca ser reduzido com as tecnologias de irrigação, se o período de estiagem persistir há um encarecimento do produto final”, explica Laurismaradno Morais da Fonseca, diretor técnico-financeiro da Ceasa-Campinas. No caso das verduras e legumes, mais de 80% da constituição desses alimentos são de água e, na seca, eles precisam também de maior volume de irrigação. E durante a estiagem, parte da água que iria para formar o fruto acaba abastecendo a sobrevivência da planta, prejudicando sua qualidade. No caso das folhas também ocorre uma grande perda devido à transpiração ou evaporação da mesmas. “O repolho, a couve-flor e o brócolis são verduras que, bem irrigadas, agüentam bem a seca e ficam até melhor.” Fonseca diz que, por enquanto, o consumidor final não está sentindo com maior intensidade o aumento de preços por que os produtores estão absorvendo os custos maiores com a produção irrigada, reduzindo os lucros. Além disso, a oferta ainda está boa em relação à demanda. “No caso de demora para o período de chuvas, o que pode acontecer é um desequilíbrio nos preços, já que uma estiagem prolongada pode contribuir para a falta de água para a irrigação”, analisa. Se por um lado a seca prejudica a produção de algumas categorias de alimentos, outras têm uma situação mais favorável no período chuvoso. O que aconteceu até o momento foi uma redução grande na oferta de quiabo, que foi muito afetado, de tomate, pepino e pimentão por causa da seca. A oferta de legumes durante os meses secos é de 11,4 mil toneladas e durante as chuvas é de 10,2 mil toneladas. O proprietário dos boxes 11 e 12 (externo) do Mercado Municipal, Edison Soty, confirma as tendências de alta nos preços de verduras e frutas. “Acho que daqui para frente vai subir mais. Principalmente, porque com o calor as pessoas consomem mais verduras, a demanda é maior e a oferta ficará menor”, analisa. No caso de algumas frutas cítricas, como algumas variedades de tangerinas, Soty diz que os preços aumentaram, mas por outro motivo. “Essa é uma questão mais de safra. E neste momento, a poncã, por exemplo, já não está produzindo mais. E o que tem ficou mais caro. Já no caso do abacaxi, melancia e melão, o preço aumenta por causa do consumo maior mesmo.”

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