17/05/2012 15h37 – Atualizado em 17/05/2012 15h37
Da Redação
A obra “12 mil anos – Arqueologia do povoamento humano no nordeste de Mato Grosso do Sul”, de Gilson Rodolfo Martins e Emília Mariko Kashimoto será lançada amanhã (18), às 16h, no encerramento do IV Encontro de Arqueologia de Mato Grosso do Sul. A cerimônia de lançamento acontece no Museu de Arqueologia (MuArq) situado nas dependências da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).
“A novidade desse livro é que ele apresenta publicamente a descoberta mais recente sobre a origem do povoamento em Mato Grosso do Sul. Constatamos em nossas pesquisas que os primeiros habitantes povoaram a região há cerca de 12.400 anos atrás, uma das mais antigas do Brasil. Temos projetos de escavações em andamento no Estado e foram eles os responsáveis por essa descoberta”, conta um dos autores do livro e coordenador do MuArq, Gilson Martins.
A obra de 200 páginas trata especificamente sobre os estudos feitos em sítios arqueológicos da região nordeste de Mato Grosso do Sul que compreende municípios como Campo Grande, Jaraguari, Chapadão do Sul, Cassilândia, Selvíria, Aparecida do Taboado e Camapuã. A data dos artefatos encontrados deu origem ao nome do livro.
“O livro traz à tona um assunto polêmico porque questiona a origem do homem em terras americanas. As catalogações mais antigas apontam para um período bem mais recente de presença humana no continente”, explica Gilson.
O conteúdo do livro foi gerado com base em pesquisas em arte rupestre e artefatos em pedra lascada e cerâmica. “Aqui é difícil encontrar esqueleto devido ao tipo de clima e condições do solo, o que dificulta a conservação. Mas no Estado temos verdadeiras galerias de arte rupestre e os desenhos demonstram a complexidade do pensamento do homem daquele período”, diz ele.
A parceria dos estudiosos, Gilson Martins e Emília Kashimoto, surgiu em decorrência da proximidade de trabalho. Os autores de “12 mil anos” são professores doutores da UFMS e responsáveis pelo Museu de Arqueologia (MuArq).
“A pesquisa em arqueologia é sempre desenvolvida por uma equipe. A arqueologia de campo não se faz sozinho, só o estudo teórico que permite algo assim, e como eu e Emília trabalhos no MuArq há algum tempo isso facilitou a nossa parceria. A gente trabalha junto, inclusive nas escavações e o livro trata exatamente sobre isso, os resultados de nossos trabalhos”, expõe o coordenador.
De acordo com o coordenador do MuArq, os protagonistas do livro são os povos caçador-coletores. “A obra é voltada para o povo que identificamos como caçador-coletor de Mato Grosso do Sul que não eram propriamente os índios. As nossas pesquisas apontam que os materiais encontrados antecedem a formação da população indígena que é de cerca de 3 mil a 4 mil anos atrás”.
“O livro vai provocar uma tensão intelectual, pois ele nos faz repensar sobre a história e teorias. Em resumo, traz questionamentos sobre o nosso passado”, finaliza o pesquisador.
(*) Com informações do Noticias MS
