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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Presidente do Incra Nacional vem a MS e movimentos sociais reivindicam Reforma Agrária paralisada

28/06/2016 09h59

Movimentos reivindicam reunião com o presidente do Incra para tratar de pautas da Reforma Agrária

Assessoria

O Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Leonardo Góes Silva, nomeado pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), está em Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (28) e foi recebido com uma grande mobilização dos movimentos sociais de luta pela terra, que se organizam em um grupo unitário de debates sobre a questão no estado.

Neste grupo estão os maiores movimentos sociais do país e de MS, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul (Fetagri), o Movimento dos Sem-Terra Brasileiros (MSTB), a Centra Única dos Trabalhadores (CUT), a Ligas Camponesas, o Movimento Novo, o Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária (MCLRA) e a Organização de luta pela Terra (OLT).

Em protesto a situação da Reforma Agrária em Mato grosso do Sul, que já vem há dez anos a passos lentos e após a recente decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) está totalmente paralisada, os movimentos paralisaram diversos pontos das estradas de Mato Grosso do Sul, em Rio Brilhante, Itaquiraí, Vale do Ivinhema, Três Lagoas, entre outros. Além disso, estão desde as 6h30, em um grupo, na sede do INCRA de Campo Grande, localizada à Rua Vinte e Cinco de Dezembro, 924 – Centro.

PAUTAS

As pautas reivindicadas vão além da paralisação da Reforma Agrária e passam pela falta de assistência técnica e acesso aos programas de fomentos para as mais de 27.832 famílias assentadas, em cerca de 204 assentamentos, espalhados por todo o Mato Grosso do Sul. Outro ponto que os movimentos que se mobilizam nesta terça discordam é com a recente exoneração do superintende do INCRA em MS, Humberto de Melo, que havia sido um nome de consenso das maiores organizações sociais de luta pela terra e que teve poucos meses de trabalho à frente do órgão.

De acordo com Jonas Carlos da Conceição, da direção do MST/MS, os movimentos reivindicam posicionamentos do INCRA Nacional, pois não é trocando superintendente a todo momento que as questões vão ter solução. “Não reconhecemos o Governo Interino de Michel Temer, esse é o primeiro ponto e ao entrar as exonerações começaram e isso prejudica uma série de processos que estavam sendo construídos. A troca de superintendente em MS tem sido uma constante nos últimos tempos e não conseguimos firmar uma política interna no órgão e isso prejudica e muito as famílias acampadas e assentadas de MS. Após grandes mobilizações, uma marcha de mais de 10 dias, conseguimos a nomeação do Humberto e caminhávamos, mesmo que lentamente por conta da situação nacional, para a construção de um processo que visasse de fato os objetivos do Instituo e agora voltamos à estaca zero que é de novo a discussão do nome”, disse.

Além disso, Jonas Carlos ressalta que não houve uma construção coletiva para a vinda do atual presidente do INCRA Nacional. “Se o órgão lida diretamente com os movimentos sociais para a construção de seus processos de assentamento e organização cotidianas, como o presidente vem ao Estado e isso não é repassado as principais e maiores organizações dos Sem Terras de Mato Grosso do Sul? Portanto não tínhamos outra saída a não ser reivindicar os nossos direitos, dizer que não aceitaremos mais retrocessos nas nossas pautas de luta e que vamos permanecer mobilizados em defesa da democracia do país e dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade”, ressalta.

A mobilização estadual das trancas das rodovias segue por toda a manhã e os movimentos aguardam um posicionamento para se reunir com o presidente do Incra Nacional no período da tarde, mobilizados na sede do Instituto em CG.

(*) MST | MS

As pautas reivindicadas vão além da paralisação da Reforma Agrária e passam pela falta de assistência técnica e acesso aos programas de fomentos para as mais de 27.832 famílias assentadas, em cerca de 204 assentamentos, espalhados por todo o Mato Grosso do Sul. (Foto: assessoria)

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