12/05/2017 08h25
De acordo com o atual governador, em 2015 a administração ‘enxugou gorduras’ concedidas à cadeia frigorífica e usinas de álcool e açucar
Da Redação
Incentivos fiscais à cadeia frigorífica e a usinas de açúcar e álcool em Mato Grosso do Sul foram cortados logo no início de 2015. A informação é do governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), que voltou a comentar os desdobramentos da quarta fase da Operação Lama Asfáltica, na tarde desta quinta-feira (11).
Mais cedo, PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram a quarta fase da Operação Lama Asfáltica que, desta vez, apontou prejuízos de R$ 150 milhões aos cofres públicos.
O grupo J&F, do qual fazem parte o frigorífico JBS e a Eldorado Celulose, é investigado por pagar propina em troca de incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado durante a gestão de André Puccinelli (PMDB), que encerrou seu segundo mandato em 2014.
Um dos alvos da ação de hoje foi a H2L Soluções, que tem contratos com o governo. O proprietário, Rodolfo Hosbalck, foi detido porque a polícia encontrou munições em sua casa.
A Polícia Federal também cumpriu, entre outras diligências, mandado de busca e apreensão na sede da Eldorado Brasil em Três Lagoas, a 338 quilômetros da Capital, como parte da operação.
Para o governador, o rompimento de contratos seria uma medida prematura. “Toda investigação se concentra em irregularidades anteriores ao meu governo. Respondo de janeiro de 2015 para cá e, neste período, logo de início estancamos tudo que consideramos excesso em incentivos”, reafirma.
Reinaldo disse que a operação está requisitando documentos de várias secretarias, referentes à gestão anterior, antes de 2014. Hoje, agentes da PF fizeram buscas nas secretárias estaduais de Educação e Fazenda.
“Algo normal, que a investigação se aprofunde. A gente já vem acompanhando até porque muitas destas empresas já haviam sido citadas em etapas anteriores. O que o Estado espera é que o que foi desviado retorne aos cofres públicos”.
Foram presos André Cance, ex-secretário-adjunto da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), e o dono da gráfica Alvorada, Micherd Jafar Junior.
“Nós temos tranquilidade em relação aos contratos depois de 2015. Eles foram firmados por meio de licitações com muita transparência”.
Transparência – Sem mencionar diretamente a ação da Polícia Federal, Azambuja mencionou o ranking da transparência, divulgado hoje pela CGU (Controladoria Geral da União).
“Saímos da nota 2,5 para 10, resultado de uma boa escolha da população por um governo transparente em suas ações e atos administrativos”, disse durante a entrega da 4º Delegacia de Polícia, na Moreninha II.
(*) Campo Grande News