23/06/2017 16h21
Controle dos répteis é assunto polêmico. Imasul autorizou manejo e animais serão destinados à uma reserva natural em Brasilândia
Guta Rufino
Há alguns anos a retirada dos animais que compõe a fauna da Lagoa Maior de Três Lagoas vem sendo discutido com frequência, mas até o momento nada havia sido decidido. Nesta sexta-feira (23), em entrevista ao Perfil News, o secretário de Meio Ambiente, Celso Yamagutti, confirmou que os jacarés serão retirados do local possivelmente na próxima terça-feira (27).
A princípio será feito apenas um controle dos animais maiores. “Não vamos retirar todos eles, o que precisamos é controlar. É lindo ver os jacarés na lagoa. Eu particularmente sinto satisfação, mas temos que pensar em nos prevenirmos e evitarmos qualquer acidente futuro. Não quero ser negligente quanto a isso. O aumentos desses animais na lagoa maior é um risco iminente, que pode trazer consequências futuras à sociedade e à administração municipal”, explicou.
Celso ainda alertou para o risco do reptil atacar crianças. “Depois dos últimos acontecidos ficamos mais preocupados ainda. Eles já atacaram cachorro, foram também a captura de animal morto e por último, uma bola que caiu na lagoa foi destroçada por um jacaré, em um ato rápido e impensado. Então precisamos nos previnir”, alertou.
O secretário que assumiu a pasta no início do ano, comenta que o processo para o controle da fauna da Lagoa Maior teve início no mês de fevereiro. E então uma posição foi cobrada pela Câmara Municipal e também pelo CONDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente).
DA AUTORIZAÇÃO À TRANSFERÊNCIA
No mês de março, em reunião com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o órgão autorizou a captura e transporte dos jacarés, desde que feitos por um especialista. A partir disso, a secretaria fez contato com o Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que disponibilizaram a pesquisadora, doutora Zilca Maia da Silva, especialista em répteis, para executar o trabalho de transferência dos animais da Lagoa Maior, para a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cisalpina, em Brasilândia.
A área para onde os animais serão enviados possui mais de 6 mil hectares e a equipe que cuida do local irá monitorar o desenvolvimento e comportamento dos jacarés por meio de rádio amadores. “Não vamos simplesmente despejar nossos jacarés em outro local. Nos preocupamos desde como seria feita a retirada deles, até o acompanhamento após a transferência”, disse o secretário.
E AS CAPIVARAS?
Questionado sobre a possível retirada das capivaras, Celso Yamagutti explicou que futuramente, após a criação do Conselho das Unidades de Conservação, que já está na reta final, será definido qual o procedimento adotado com as capivaras, entretanto ele adianta que haverá também o controle da espécie.
Ele finaliza deixando a seguinte afirmação: “assumimos a crítica pela atitude que estamos tomando, com o objetivo de evitar que qualquer acidente aconteça e sejamos responsáveis por não ter tomado nenhuma atitude”, concluiu.
CENSO
No último senso realizado em maio pela secretaria do Meio Ambiente, a Lagoa Maior possui 160 capivaras (120 adultas e 40 filhotes). O número de jacarés é impreciso, já que eles fica mais tempo escondidos do que visíveis, entretanto, estima-se que exista 15 deles pelo local.
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