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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Entidades e prefeitura são beneficiadas com ações de promotor

19/12/2017 17h53

Ações solidárias protagonizadas pelo promotor de Justiça do Meio Ambiente beneficiaram várias entidades, enquanto as judiciais conseguiram recursos que beneficiaram a sociedade três-lagoense.

Ricardo Ojeda

Diz o ditado: “Faça o bem sem olhar a quem”. Seguindo esse dito popular um promotor de justiça de Três Lagoas há mais de 15 anos vem conseguindo ajudar várias entidades do município, beneficiando muitas famílias que são atendidas pela Rede Feminina de Combate ao Câncer, entre outras organizações filantrópicas.

As entidades sociais da cidade recebem recursos oriundos dos eventos, que até então eram promovidos pelo Rotary Clube Três Lagoas. Durante mais de 15 anos foi realizado o Motoshow, encontro de motociclismo na cidade, que atraia participantes de várias regiões do Brasil.

PAIXÃO POR DUAS RODAS

Esse evento movimentava a cidade, lotando os hotéis, postos de combustíveis, restaurantes e o recinto da festa. Artistas consagrados passaram pelos palcos do Motoshow. Quem idealizou a festa foi o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Antonio Carlos Garcia de Oliveira, profissional que tem o motociclismo como uma de suas paixões, que é acostumado a viajar por centenas de quilômetros sobre duas rodas. Nessas andanças, por onde passou deixou sua ‘marca solidária’, ajudando as entidades através dos eventos que promovia.

Em Cassilândia, por exemplo, recebeu títulos de cidadão e outras homenagens devido às ações que desenvolvia naquela cidade, – de encontro de motos a rodeios.

PARCERIA

Quando foi transferido para Três Lagoas, Oliveira em apenas três meses reuniu-se com os integrantes do Rotary Club Três Lagoas e deu a ideia de promover um encontro de motos. Nascia aí o Motoshow, evento que começou tímido, mas ao passar dos anos foi ganhando força, até ser considerado um dos maiores do Brasil.

Até o ano passado o Motoshow era promovido pelo Rotary Clube Três Lagoas e quem estava à frente era Oliveira. Este ano a Rede Feminina de Combate ao Câncer assumiu a organização e o evento passou a se chamar MotorFest.

O primeiro Motoshow foi realizado em 2002, apenas três meses depois de Oliveira assumir a promotoria em Três Lagoas. Ela conta que a primeira edição foi bastante simples, entretanto já atraiu um público bastante expressivo.

A Honda Mototrês, patrocinadora principal do evento arrecadou alimentos não perecíveis na entrada. O Rotary ficou responsável pela venda das bebidas e toda a renda foi destinada a uma instituição beneficente da cidade.

ENTIDADES BENEFICIADAS

O promotor explica que ao longo de todos esses anos, mais de 10 entidades foram beneficiadas. “Sempre ajudamos muitas obras sociais e também abrimos espaços para que as instituições fizessem parte do evento de forma gratuita para comercializar o que quisessem. Em uma das edições tivemos 12 entidades participantes.”

Em geral os números do encontro de motociclistas sempre foram positivos e impressionantes. No show da banda Hori, cujo vocalista era o cantor e ator Fiuk, mais de 12 mil pessoas estiveram presentes. “A renda sempre foi muito boa. Em alguns anos arrecadamos 160 mil, 120 mil, 80 mil”.

De acordo com um levantamento junto aos hotéis e no que cada motociclista trazia em média para gastar na cidade, acredita-se que, em um final de semana a cidade tenha movimentado mais de R$3 milhões.

Oliveira diz ainda que a realização do evento é muito cara. As últimas edições custaram cerca de R$ 400 mil. “Mas é um valor considerado positivo por que é gasto dentro da cidade, com adesivos, faixas, bebidas, segurança, sonorização: tudo é contratado aqui.”

Somado a arrecadação desse evento ao longo dos mais de 15 anos de festa, atingiram cifras robustas que foram repassadas as entidades. Outras promoções, como Espeto Solidário, Campeonato Brasileiro de Motocross também contribuíram com as causas sociais.

POLÊMICA

O promotor lembra que, até o ano de 2013 todos os hotéis estiveram lotados por conta do Motoshow. Nesta edição, devido à grande concentração de pessoas, foram relatados alguns problemas pela cidade.
Um deles foi à presença de duas moças que estariam em trajes sumários, desfilando em carros conversíveis que circulavam em alta velocidade.

No ano seguinte a Polícia Rodoviária Federal resolveu intervir e coibiu qualquer tipo de bagunça durante o evento. Segundo Oliveira, isso fez com que a presença do público e a renda, consequentemente, caíssem. Na ocasião ele foi advertido por seus superiores e a PRF entrou com uma representação contra ele.

“Ninguém gosta muito de ser fiscalizado. O grupo que corresponde aos bagunceiros é só 30% do evento. O excesso de rigor afugentou os maus, mas também os bons motociclistas. Atualmente, fazendo uma análise, é claro que isso não foi ruim, por que o evento estava saindo do nosso controle, então era preciso retomar isso. Estava ficando perigoso.”

ARENAMIX

Porém, as ações de Oliveira não se restringem as causas sociais. Como representante do Ministério Público do Meio Ambiente, ajuizou várias ações que deram causa ganha ao município. Por conta disso, várias obras de pavimentação e drenagem foram beneficiaram Três Lagoas.

Só para ter uma ideia, o local onde hoje acontece o encontro de motociclistas comporta eventos para até 30 mil pessoas e é uma conquista do trabalho de Oliveira. Em 2007 ele entrou com uma ação contra a CESP (Companhia Energética de São Paulo) para que a cidade fosse ressarcida dos prejuízos ambientais que sofreu com a construção da Usina de Jupiá.

ELOGIO EM PÚBLICO

Recentemente, durante inauguração do Instituto Bio Massa, Antonio Carlos ganhou elogios de duas autoridades que marcaram presença na solenidade. “Gostaria de tivessem mais promotores pelo país como o Antonio Carlos”, exaltou a senadora, Simone Tebet, que foi seguida pelo governador Reinaldo Azambuja, que o elogiou diante de uma grande, porém seleta plateia formada de empresários, diretores de industriais, do presidente da FIEMS e do presidente da Confederação Nacional da Indústria.

Tais elogios se devem ao trabalho de Antonio Carlos, que solicitou a FIEMS que conservasse prédio onde funcionavam as oficinas da Noroeste do Brasil. Oliveira solicitou que a arquitetura fosse mantida. A FIEMS não só o atendeu, como o elogiou pela iniciativa.

O promotor Antonio Carlos chegou à cidade em 2002, e três meses depois foi realizado o 1º Motoshow, em parceria com o Rotary Clube Três Lagoas (Foto: Ricardo Ojeda)
A paixão pelas duas rodas já o fizeram viajar por milhares de quilômetros, como a foto o mostra nas montanhas chilenas (Foto: Álbum de família)

Em uma das edições do Motoshow quando atraia participantes de todo Brasil (Foto: Divulgação)
Para ter uma ideia de quanto o evento foi prejudicado pela “rigorosa” fiscalização da PRF a foto mostra o movimento de um posto no evento de 2014 e como foi esvaziado no próximo ano (Foto: Reprodução)
O local onde foi construído o Arena Mix era um buracão desprovido de qualquer estrutura, como mostra a imagem (Foto; Arquivo/Ricardo Ojeda)
A imagem mostra o espaço Arena Mix após ser revitalizado com recursos oriundas das ações do promotor, Antonio Carlos (Foto: Divulgação)
O cheque mostra o valor arrecadado pelo Motoshow em 2014, que foi doado à Rede Feminina de Combate ao Câncer que ajudou na conclusão da sede própria da entidade (Foto: Ricardo Ojeda)
A sede da Rede Feminina de Combate ao Câncer que recebeu recursos na ordem de R$ 140, 447 para ajudar na conclusão da obra (Foto: Ricardo Ojeda)
A sede do Instituto Bio Massa que teve a arquitetura preservada  a pedido de Antonio Carlos (Foto: Ricardo Ojeda)

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