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sexta-feira, 11 de julho de 2025

Em Ribas, ex-prefeito é preso e agentes da GAECO apreende R$ 88 mil em casa de vereador

MPE e GEACO deflagram Operação “Tangentopoli e policiais amanhece nas casas de vereadores e em outros endereços da cidade; ex-prefeito Zé Cabelo, um dos alvos de busca e apreensão foi preso por posse irregular de arma de fogo e munições

Famosa pelo grande investimento bilionário em fábrica de celulose, a cidade de Ribas do Rio Pardo amanheceu nesta quarta-feira (16), nas páginas dos principais veículos de comunicação de MS, porém por outro assunto, na verdade, um vexame político à imagem do município. 

É que o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul ( MPE/MS)  bateram nas portas do ex-prefeito José Domingues Ramos, conhecido como Zé Cabelo e dos vereadores Anderson Arry e Tiago do Zico, esse último, ex-presidente da Câmara com mandado de busca e apreensão. 

Em Ribas, ex-prefeito é preso e agentes da GAECO apreende R$ 88 mil em casa de vereador

Na operação intitulada “Tangentopoli” do MPE/MS, o GAECO apreendeu R$ 88 mil na casa de um vereador. A Operação cumpre oito mandados de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande e Ribas do Rio Pardo. Na casa do ex-prefeito, os policiais encontraram e apreenderam 32 munições, calibre 38. Zé cabelo não apresentou documentos da compra das munições, e por conta disso ele foi detido em flagrante pela posse irregular de arma de fogo e encaminhado à delegacia de polícia do município.  

Em Ribas, ex-prefeito é preso e agentes da GAECO apreende R$ 88 mil em casa de vereador

ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA

Segundo o MPE, as investigações do GAECO/MPMS revelaram a existência de uma associação criminosa formada por vereadores e pessoas ligadas a eles.

“Em resumo, alguns vereadores, dentro de uma estrutura criminosa já formada, às vezes se valendo de terceiros, solicitavam vantagens indevidas para montarem uma base partidária e aprovarem os projetos de interesse do Prefeito Municipal, no âmbito da Câmara de Ribas do Rio Pardo, inclusive para votarem pelo arquivamento de comissões parlamentares instaladas para apurar eventuais crimes de responsabilidade dele”, diz a nota do MPE.

No decorrer das investigações, foram detectados vários ilícitos eleitorais, que serão apurados.

Em Ribas, ex-prefeito é preso e agentes da GAECO apreende R$ 88 mil em casa de vereador

O nome da operação faz alusão ao escândalo de corrupções em Milão, na Itália, que ganhou denominação na mídia de tangentopoli (cidade das propinas), que é a combinação da palavra “tangente” (propina) e “poli” (cidade).

O DIZ A INVESTIGAÇÃO DO MPE

É de que alguns vereadores, dentro de uma estrutura criminosa já formada, às vezes se valendo de terceiros, solicitaram vantagens indevidas para montarem uma base partidária e aprovarem os projetos de interesse do Prefeito Municipal, no âmbito da Câmara de Ribas do Rio Pardo, inclusive para votarem pelo arquivamento de comissões parlamentares instaladas para apurar eventuais crimes de responsabilidade dele.

O nome da operação, “Tangentopoli”, faz alusão ao escândalo de corrupções em Milão, na Itália, que ganhou denominação na mídia de tangentopoli (cidade das propinas), que é a combinação da palavra “tangente” (propina) e “poli” (cidade).

Em Ribas, ex-prefeito é preso e agentes da GAECO apreende R$ 88 mil em casa de vereador

HISTÓRICO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

O ex-prefeito José Domingues Ramos, a ex-secretária municipal de Educação, Rosimeire dos Santos, e Zilda Pereira, ex-diretora de Departamento de Inspeção Escolar, respondem por ato de improbidade administrativa.

Em 2016, o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) denunciou que uma professora cedida à Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente estava tendo seu salário pago com recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

Pela Constituição Federal, o fundo só pode ser utilizado para despesas com educação, logo não poderia continuar sendo aplicado no pagamento do salário da docente que estava fora do magistério, entre 2014 e 2016.

Testemunhas relataram à Justiça que, apesar da professora estar fora da sala de aula, o uso do Fundeb foi autorizado por Zé Cabelo, já que a servidora foi cedida por determinação do então prefeito.

Em maio de 2018, a Vara Única determinou o bloqueio de R$ 92,7 mil de Zé Cabelo, R$ 43,6 mil de Rosimeire e R$ 22,6 mil de Zilda.

Fotos: Ribas Ordinário e Assessoria de Comunicação do MPE

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