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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Modismo ou insanidade: polêmica sobre bebê reborn gera debates e viraliza nas redes sociais

O que é um bebê reborn? Entenda polêmica que tem crescido nas redes sociais

A polêmica em torno dos bebês reborn gira em torno de questões éticas, emocionais e sociais. Esses bonecos são feitos para parecerem bebês reais, com detalhes minuciosos que imitam a aparência de um recém-nascido. Embora muitos colecionadores, influenciadores e até artistas vejam isso como uma forma de arte e expressão, existem críticas sobre a objetificação e a idealização da maternidade.

As redes sociais têm uma nova polêmica. Vídeos publicados no TikTok e no Instagram mostram adultos tratando o brinquedo como crianças de verdade, agendando consultas médicas, dando mamadeira, trocando de roupa, levando para passear e até tentando usar assento e filas preferenciais.

O POVO FALA

De um lado, há quem critique e até questione a sanidade dos adultos que supostamente têm tratado as bonecas como filhos “de verdade”. Clique aqui e veja mais comentários dos internautas sobre esse tema.

“A humanidade está doente, uma geração de insanos”, disse uma internauta do Perfil News.

“As bonecas são lindas, as artistas arrasam no trabalho, é um trabalho lindo demais. Porém, para crianças, elas são encantadoras, mas as pessoas estão usando as bonecas para ganhar palco e perdendo o verdadeiro significado que são para crianças. Estão tentando tornar em algo que não existe”, disse outra leitora do Perfil News.

“Eu acho que é falta de vara, vara de goiaba, geralmente espada de São Jorge funciona também”, opinou um seguidor.

“Em resumo o nome correto deveria ser bebê de preguiçoso. Você não precisa dar banho, não precisa trocar, não precisa comprar medicamentos, não precisa parir, não vai precisar sentir a maternidade real, não vai perder noites e noites de sono, nem gastar com fraldas e alimentação, enfim. Pessoas que não querem ser contrariadas, frustradas e querem algo que seja o que elas idealizaram, não vão precisar educar um cidadão em formação, pessoas que querem preencher um vazio com outro vazio”, comentou outra seguidora.

É CASO DE INTERNAÇÃO, DIZ PREFEITO DE CHAPECÓ

A polêmica viralizou em todo país e tem prefeito que já se posicionou sobre a pauta, como aconteceu em Chapecó (SC) onde o prefeito, João Rodrigues (PSD), divulgou que fará internação compulsória de pessoas que levarem bebês reborn para consultas em hospitais da cidade.

O administrador questionou se está “faltando Deus” e “espiritualidade”. “Se alguém inventar de entrar em uma unidade de saúde para pegar uma ficha para levar o bebê reborn para consultar, a ordem está dada, pode pegar o autor, o proprietário do bonequinho e vamos internar involuntariamente”, ameaçou o prefeito em vídeo divulgado em suas redes sociais.

PROJETO DE LEI

A polêmica chegou até o Congresso Nacional e motivou a elaboração de novo projeto de Lei, apresentado na Câmara dos Deputados na última quinta-feira (15).

O texto prevê multa de até 20 salários-mínimos para quem tentar conseguir, utilizando bebês reborn, qualquer tipo de benefício, prioridade ou atendimento previsto para bebês de colo.

A proposta ainda precisa ser discutido e passar pela Câmara dos Deputados e o Senado. Se aprovada, vai para sanção ou veto presidencial.

O QUE É UM BEBÊ REBORN?

Um bebê reborn é uma boneca hiper-realista, feitos artesanalmente. O modelo existe desde o começo dos anos 2000, mas tem sido aprimorado com novos materiais há cerca de três anos para, cada vez mais, se parecerem com bebês reais.

Esse tipo de boneca pode custar entre R$ 750 e R$ 15 mil, dependendo do material e da complexidade de produção. As mais caras são as feitas de silicone sólido, material mais parecido com a pele de recém-nascido.

Algumas têm até dispositivos que imitam batimentos cardíacos e/ou que permitem que o bebê receba mamadeira e “urine”, por meio de um cano interno.

As bonecas podem ter diferentes características: cor de pele, dos olhos e até reproduzindo sinais físicos da síndrome de down. São utilizadas referências de bebês reais e, no caso dos modelos de silicone, desenhadas camada por camada, até formar cada dobrinha, unha e detalhe.

Os cabelos, de pelo de cordeiro, são fixados fio a fio. Algumas bonecas acompanham ainda um cordão umbilical, também feito de silicone. Tudo pode ser personalizado. No entanto, é necessário se atentar à realidade e não deixar que a brincadeira se transforme em um prejuízo para a autonomia e os vínculos sociais de uma pessoa, que pode acabar se apegando a objetos que representam a possibilidade de cuidado.

Alguns pontos que costumam ser discutidos incluem:

  1. Saúde Mental: Para algumas pessoas, os bebês reborn podem proporcionar conforto emocional ou até mesmo ajudar no luto pela perda de um filho. No entanto, críticos argumentam que isso pode ser problemático se levar a um apego excessivo ou à negação da realidade.
  2. Comercialização: A indústria dos bebês reborn tem crescido, e há discussões sobre a ética da venda desses produtos. Algumas pessoas acreditam que isso pode explorar a vulnerabilidade emocional de outras.
  3. Percepção Social: Muitas vezes, quem coleciona ou se envolve com esses bonecos enfrenta estigmas sociais, sendo vistos como estranhos ou excêntricos.
  4. Relação com a Maternidade: A forma como esses bonecos representam a maternidade pode ser controversa, levantando questões sobre o que significa ser mãe e as expectativas que a sociedade impõe.

Essas discussões tornam o tema bastante complexo e multifacetado, refletindo diferentes perspectivas sobre arte, saúde mental e o papel da maternidade na sociedade. Você gostaria de saber mais sobre algum aspecto específico?

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