As lideranças sindicais e o presidente da federação estiveram no domingo, 25, em Bodoquena onde ocorria uma assembleia para formação do sindicato para atender os trabalhadores fábrica de cimento da cidade da cidade
Por: Nathalia Santos
A fundação do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Cimento de Bodoquena-MS (Sintincimb-MS – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Cimento de Bodoquena MS), realizada no último domingo (25) em um balneário da cidade, foi marcada por tensões e tentativas de obstrução promovidas por outros grupos sindicais.
O evento contou com a presença de mais de 200 trabalhadores e lideranças convidadas, entre elas, Nivaldo da Silva Moreira, presidente do Sintiespav de Três Lagoas, que conversou com o Perfil News e relatou os ocorridos.
ESTATUTO
O encontro foi organizado pelo SINTINCOMB-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Bodoquena-MS), presidido por Alex Lima. A pauta previa a discussão e aprovação de um estatuto novo para o SINTINCOMB e, posteriormente, a fundação formal da entidade voltada especificamente para os trabalhadores da fábrica de cimento da cidade, operada pelo grupo INTERCEMENT.
Segundo Nivaldo, a assembleia ocorria normalmente até que, por volta das 8h da manhã, um grupo de aproximadamente 80 pessoas — mobilizado por representantes da FETRICOM MS (Federação dos Trabalhadores na Construção Civil e do Mobiliário do MS), do SINTICOP (Sindicato da Construção Pesada) e da CUT-MS, também SINTRICOM DE TRES LAGOAS, SINTRACOM DE CAMPO GRANDE, E SINTRACOM DE DOURADOS (nada tendo a haver com a categoria) — chegou ao local com o objetivo de impedir a criação do novo sindicato.
“Eles chegaram em vans alugados, soltando foguetes, gritando, empurrando trabalhadores, prometendo pegar munição e ameaçando as pessoas presentes que estavam com as famílias, com crianças, mulheres e até idosos. Foi uma tentativa clara de tumultuar e intimidar. Inclusive alguns deles, por várias vezes desconectava o cabo elétrico do serviço de som, para evitar a votação e impedir que o novo sindicato fosse fundado”, relatou Nivaldo à reportagem.
ESCOLTA POLICIAL
A polícia foi acionada e, segundo os organizadores, atuou de forma firme para dispersar os manifestantes e garantir a segurança dos presentes. O Batalhão de Choque acompanhou o restante da assembleia e escoltou o grupo de opositores até a saída da cidade.
“Graças à atuação da polícia, a votação ocorreu como previsto e o (SINTINCIMBI) foi fundado com o apoio dos trabalhadores presentes da fábrica de cimento. Mas o que vimos ali foi um abuso de poder e uma tentativa antidemocrática, e antissindical de impedir a organização legítima dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Sintiespav.
Nivaldo ainda destacou que situações semelhantes já ocorreram em outras cidades do Mato Grosso do Sul, como em Três Lagoas durante a fase de construção da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), onde também houve confrontos envolvendo a CUT e outros sindicatos, quando do processo eleitoral na cidade de Naviraí, em Ribas do Rio Pardo e em Inocência.
PODER E DINHEIRO
“Esses grupos querem manter o controle sindical a qualquer custo, inclusive com intimidação. Isso tudo porque, quando controlam o sindicato, controlam também a arrecadação. É uma briga por poder e dinheiro, que nada tem a ver com os interesses dos trabalhadores”, criticou.
A nova entidade sindical pretende representar exclusivamente os trabalhadores do setor cimenteiro de Bodoquena e já tem como primeira missão negociar melhores condições de trabalho e remuneração para a categoria.
