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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Denúncias sobre eleições da Fetems 2025 aumentam e até Três Lagoas está envolvida em supostos escândalos

Após denúncias de supostas irregularidades nas eleições da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), mais queixas começaram a surgir, inclusive envolvendo a cidade de Três Lagoas

Após 20 anos sem eleições, a Fetems abrirá, no dia 2 de junho, votação para definir a nova diretoria da instituição. A decisão que durante anos ficou restrita a uma única chapa, ganha destaque neste ano após a candidatura do professor Joaquim Oliveira, uma nova alternativa para os professores do estado.

Nos últimos meses, Joaquim denunciou o uso político da Fetems e desafiou a direção. O candidato alega que os atuais dirigentes da federação estão mais interessados na construção de seus objetivos pessoais e cada vez menos dispostos a defender os professores do estado.

PROCESSO SEM TRANSPARÊNCIA

Após a fala do então candidato da Fetems, outras denúncias começaram a surgir, inclusive aqui em Três Lagoas. O relato da professora Mara Carrara coloca em dúvida a transparência do processo eleitoral da federação.

Para a professora, o que está em curso é uma afronta ao princípio da lisura eleitoral, ao direito de fiscalização das chapas concorrentes e ao respeito pelos filiados, em especial os aposentados, que foram deliberadamente excluídos de uma etapa essencial do processo.

Para ela, a Junta Eleitoral Municipal de Três Lagoas, que deveria prezar pela imparcialidade e ética, é composta integralmente por membros da atual diretoria do SIMTED (Sindicado dos Trabalhadores em Educação) local, sendo que, dentre esses, quatro são integrantes da chapa 1, que disputa as eleições. “Como pode haver isenção quando os próprios candidatos controlam as regras do jogo?”, ela questiona.

Ainda segundo a denúncia, a convocação para a assembleia que elegeu essa Comissão Eleitoral foi feita apenas em grupos internos do Simted sem ampla divulgação.

“Eu, por exemplo, faço parte do grupo ‘Mulheres que Brilham’, que reúne um número expressivo de aposentadas, e não fui informada de tal assembleia. Historicamente, qualquer comunicado de relevância era entregue pessoalmente nas residências dos aposentados. Por que esse procedimento foi ignorado dessa vez? Coincidência? Ou estratégia de exclusão?”, disse.

AINDA MAIS GRAVE

Após a votação, ainda segundo a denúncia recebida pelo Perfil News, a urna ficará “dormindo” sozinha na sede do SIMTED de Três Lagoas, para só no dia seguinte seguir viagem a Campo Grande.

“Nenhum representante das chapas poderá acompanhar o transporte no veículo. Foi dito apenas que ‘se quiserem, podem seguir atrás com seus próprios meios’, pois os carros utilizados são de “uso particular” de membros do SIMTED. Isso é inadmissível! O transporte de urnas deve ser acompanhado por representantes de todas as chapas, sob custódia oficial e coletiva, não como uma corrida clandestina de bastidores”, ressalta a professora.

Segundo a professora denunciante, a qual já foi candidata a presidência da Fetems, própria Comissão Eleitoral é a única autorizada a acompanhar as urnas.

“Mas como confiar em uma comissão que é composta por pessoas diretamente interessadas no resultado da eleição? Como aceitar que votos fiquem sob a guarda de pessoas que têm lado e interesse direto no pleito?”, questiona.

Na épca que foi candidata em 2003, a professora conta que a sede do SIMTED de Três Lagoas foi invadida e os votos foram levados.

MANIPULAÇÃO

“O risco de manipulação ou desaparecimento das urnas é real e histórico. E ainda não se sabe sequer a que horas esses votos chegarão à sede do SIMTED. Se forem entregues após as 18h, como aconteceu em Brasilândia naquele mesmo ano, podem ser anulados — outro fator que pode comprometer diretamente o resultado”, adianta.

Para a denunciante, o que está em curso não é apenas uma violação do processo democrático — é um golpe silencioso, maquiado de formalidade, mas repleto de vícios e omissões intencionais.

“Essa denúncia precisa vir à tona. A sociedade, os trabalhadores em educação e os aposentados merecem saber o que está sendo feito com seus votos, sua participação e sua história de luta”, finaliza.

(*) Nota da redação: é facultado as partes envolvidas espaço para direito de resposta

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