21.7 C
Três Lagoas
quarta-feira, 4 de junho de 2025

Riedel reconhece crise habitacional em cidades da celulose e prevê construção de novas moradias

Governador de MS, Eduardo Riedel reconhece “dor do investimento” e afirma que Estado já atua em frentes emergenciais de habitação em cidades como Inocência, Bataguassu e Ribas do Rio Pardo

Por: Nathalia Santos

Durante o lançamento de 252 moradias para indígenas e famílias assentadas, nesta segunda-feira (2) em Campo Grande, o governador Eduardo Riedel falou sobre um dos principais desafios enfrentados por cidades do interior de Mato Grosso do Sul que vivem um boom econômico com a chegada de indústrias de celulose: o déficit habitacional e a disparada nos preços de aluguéis e terrenos.

Riedel destacou que, diante da pressão populacional gerada por obras e operações de grandes fábricas, como as da Suzano, Arauco e Bracell, foi necessário agir em várias frentes, incluindo a mudança de regras federais para viabilizar investimentos em municípios de pequeno porte.

Riedel reconhece crise habitacional em cidades da celulose e prevê construção de novas moradias
Em julho de 2024, a Suzano entregou 50 unidades habitacionais de interesse social à Prefeitura de Ribas do Rio Pardo (Foto: Assessoria)

“Nós conseguimos alterar uma legislação de ordem federal, que estava limitada a municípios com mais de 50 mil habitantes. Mas veja: temos um município como Inocência, com 10 mil moradores, que vai receber 10 mil trabalhadores. Imagina o tamanho do desafio”, afirmou o governador.

A solução, segundo ele, passa por uma integração entre Estado, governo federal e setor privado, incluindo contrapartidas exigidas das próprias empresas.

“Em Inocência estamos começando com 600 casas, em Bataguassu, com a Bracell, serão mil unidades. Em Ribas, a Suzano também construiu um volume expressivo de moradias, a pedido nosso. Temos os programas federais, os do Estado e as ações em parceria com as empresas. É o que eu chamo de ‘dor do investimento”, disse Riedel.

ALUGUEL DISPARA EM CIDADES DA CELULOSE

A falta de planejamento urbano compatível com o crescimento acelerado tem levado a situações críticas, como o caso de Inocência, onde aluguéis que antes custavam R$ 500 ou R$ 600 chegam hoje a R$ 4 mil ou até R$ 5 mil por mês.

Já em Três Lagoas, uma das cidades mais desenvolvidas da região, invasões de terrenos e ocupações informais voltaram à cena diante da dificuldade de acesso à moradia.

Riedel reconhece crise habitacional em cidades da celulose e prevê construção de novas moradias
Em agosto de 2024, a Suzano entregou 954 casas para colaboradores(as) das áreas florestais e industriais da unidade de em Ribas do Rio Pardo (Foto: Assessoria)

Embora as empresas tenham investido em habitação para seus próprios funcionários, como no caso da Suzano em Ribas e da VCP em Três Lagoas no passado, as moradias não absorvem a população que se desloca em busca de emprego indireto, incluindo prestadores de serviço, comerciantes e familiares.

PROJEÇÃO

Com a previsão de mais investimentos no setor de celulose nos próximos anos, incluindo o megaprojeto da Arauco em Inocência, o problema tende a se agravar caso medidas estruturantes não forem tomadas.

Governos municipais também têm cobrado maior apoio para lidar com o impacto social e urbano dessa rápida transformação econômica.

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.