A Polícia Militar Rural atua com patrulhamento técnico, visitas comunitárias e cadastramento de propriedades rurais. Na madrugada de terça-feira, uma equipe da PMR conseguiu prender uma quadrilha que estava abatendo gado em fazendas próximas à Três Lagoas
Por: Nathalia Santos
A segurança no campo tem ganhado reforço nos últimos anos com a atuação da Polícia Militar Rural em todo o estado de Mato Grosso do Sul. Criado oficialmente no início de 2023, o Policiamento Militar Rural atua com foco na proteção do produtor rural, com um modelo de policiamento diferenciado e mais próximo das propriedades e comunidades do interior.
ESTRUTURA ROBUSTA
Comandante do PMR, Coronel Élcio Almeida, disse em entrevista ao Perfil News que a estrutura da Polícia Militar Rural é resultado de uma nova realidade de segurança pública voltada para o campo.
“O comando do Policiamento Rural foi desdobrado recentemente. Em 2023, o Governo do Estado publicou a criação do comando e do batalhão, encerrando a atuação da antiga Patrulha Rural para dar lugar a uma estrutura mais robusta e abrangente”, explicou.
As ações de patrulhamento da Polícia Militar Rural cobre todo o território estadual, com uma organização dividida em quatro companhias. “Temos sede em Campo Grande, Três Lagoas, Dourados e Aquidauana. Cada companhia é responsável por patrulhar uma grande extensão territorial, com foco não apenas na presença ostensiva, mas em um modelo de aproximação com o produtor rural”, detalhou o coronel.
Diferente da polícia convencional, a PMR não realiza apenas rondas em estradas. O trabalho é voltado à visita e cadastramento das propriedades rurais, com uso de georreferenciamento.
“Fazemos visitas solidárias, comunitárias e técnicas. Na técnica, cadastramos a propriedade, coletamos dados, coordenadas geográficas, localização por GPS e detalhes sobre a estrutura do local. Isso nos permite agir com mais agilidade em casos de emergência”, afirmou.
O Batalhão Rural conta atualmente com cerca de 130 policiais em todo o estado. A filosofia de atuação é de policiamento comunitário rural, com foco na prevenção e construção de um relacionamento direto com o produtor, aumentando a sensação de segurança e a confiança na atuação policial.
Coronel Élcio também esclareceu a diferença entre a Polícia Militar Rural e a Polícia Militar Ambiental, que costuma gerar dúvidas na população. “A Polícia Militar Ambiental atua com foco na proteção do meio ambiente, fiscalização ambiental e combate a crimes como caça ilegal, pesca predatória e desmatamento. Já a Polícia Militar Rural tem como missão garantir a segurança do homem do campo, do produtor rural, proteger propriedades, animais e insumos agrícolas”, explicou.
Entre os principais crimes que a Polícia Militar Rural atua na repressão, estão:
– Furto e roubo de gado (abigeato)
– Furto de defensivos agrícolas, maquinários e insumos rurais
– Invasões de propriedade e conflitos agrários
– Tráfico e transporte de drogas em áreas rurais
– Violência doméstica e conflitos familiares em zonas isoladas
– Danos ao patrimônio rural e incêndios criminosos
– Receptação de animais e produtos agrícolas furtados
– Apoio em situações de desaparecimento de pessoas na zona rural.
A presença da PM Rural tem sido essencial para garantir a tranquilidade de milhares de famílias que vivem no campo. “Nosso papel é estar próximo do produtor, conhecer a realidade de cada região e agir de forma rápida e eficiente. A segurança no campo é prioridade e precisa acompanhar o crescimento e a importância do agronegócio no nosso estado”, concluiu o comandante.
