Após a reunião realizada na manhã desta quinta, ficou combinado, a empresa aceitou as reivindicações e agora quem passa a representar os trabalhadores será o SINTIESPAV-MS, assim como a categoria desejava
A situação em Inocência já está normalizada nesta quinta-feira (5). Trabalhadores que estão construindo o alojamento para atender o Projeto Sucuriú da Arauco às margens da MS-320, chegaram a cruzar os braços na quarta-feira (4) em protesto contra a falta de garantias trabalhistas, mas as demandas foram acatadas e tudo já voltou ao normal nesta manhã de hoje.
Uma das reivindicações dos 300 funcionários que participaram da manifestação pacífica foi exigir serem representados pelo sindicato SINTIESPAV-MS. O presidente da entidade, Nivaldo da Silva Moreira conversou com o Perfil News e disse que, após uma reunião realizada nesta manhã de quinta-feira, a situação voltou ao normal.

“Tivemos uma reunião e conseguimos buscar a melhoria buscada ontem na paralisação e foi um sucesso e entramos em um acordo”, adiantou ao Perfil News.
CONTIGENTE DE COLABORADORES
Atualmente cerca de 3.500 trabalhadores atuam no projeto, número que deve saltar para até 14 mil no pico das obras. Para abrigar esse contingente, está sendo construído um alojamento com capacidade ampliada, que emprega atualmente cerca de 300 trabalhadores diretamente na construção.
Aprovação da negociação e definição do SINTIESPAV-MS como representante dos trabalhadores, com total adesão ao ACT do Sindicato registrado no mediador
O movimento começou após denúncias de que os trabalhadores da Opus não estavam recebendo os mesmos direitos que outros colaboradores do projeto, como as chamadas “baixadas”, que são as viagens pagas pela empresa para que os trabalhadores retornem às suas casas a cada 60 dias, além da participação nos lucros (PLR), horas extras e salários compatíveis.
Esses benefícios estão previstos em acordos firmados pelo SINTIESPAV-MS com outras empresas do projeto Arauco, mas os trabalhadores da Opus estavam sendo representados pela FETRICOM, uma federação com sede em Campo Grande. Segundo os trabalhadores, a federação não pode legalmente representá-los diretamente, pois sua função é defender os sindicatos, e não agir em nome dos operários.
REPRESENTAÇÃO LEGÍTIMA
Nivaldo também adiantou ao Perfil News, que ao contrário do que muita gente está pensando, não aconteceu uma ‘briga de sindicatos’. Ele explica que, teoricamente, a Fetricom não tem poder jurídico para representar os trabalhadores em lugares onde o sindicato é atuante.

“a gente representa os trabalhadores desde o momento que a gente fechou o acordo no projeto Sucuriú com as empresas. A base vai de Brasilândia, Três Lagoas, Selvíria, Aparecida do Taboado, Paranaíba, Inocência, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Paraíso das Águas e Alcinópolis. Federação é segundo grau e não representa o sindicato. Só nos casos específicos, quando não houver sindicato, aí ela entra, mas se tem no sindicato, ela não entra. As empresas que aderiram a federação erroneamente, deve ter sido falta de informação. Nós estamos dentro da nossa base, nós fazemos parte aqui de negociação desse projeto, estamos atuando com o reconhecimento agora da Opus, junto com os trabalhadores, promovendo o diálogo”, explicou.
Após a reunião realizada nesta manhã, ficou combinado que quem passa a representar esses funcionários será o SINTIESPAV-MS, assim como a categoria desejava.