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Três Lagoas
terça-feira, 12 de agosto de 2025

O dia que é – e não é – dos namorados: entre o amor e o consumo em MS

Em meio às decorações vermelhas e vitrines enfeitadas, há uma lógica que vai além do romantismo: a do consumo

Por: Nathalia Santos

Em um calendário cheio de datas comemorativas, o Dia dos Namorados se impõe com força singular. Não é dia dos pais, nem das mães, nem do trabalho – é o dia reservado ao afeto romântico, ao gesto planejado, ao presente comprado ou improvisado. Em Três Lagoas, como em tantas outras cidades do país, o amor se manifesta em buquês de flores, jantares temáticos e filas nas lojas.

Mas o que torna essa data tão especial a ponto de movimentar não só corações, mas também a economia?

UM DIA QUE SE SENTE NAS RUAS

Quem anda por Três Lagoas percebe rapidamente que o Dia dos Namorados não passa despercebido. Floriculturas estendem o horário de funcionamento, hamburguerias criam lanches com nomes românticos, restaurantes preparam cardápios especiais.

Em meio às decorações vermelhas e vitrines enfeitadas, há uma lógica que vai além do romantismo: a do consumo.

O AMOR MOVIMENTA A ECONOMIA

O dia que é – e não é – dos namorados: entre o amor e o consumo em MS
Imagem gerada por IA

O comércio de Mato Grosso do Sul vai receber um aporte de R$ 384,45 milhões em vendas para o Dia dos Namorados. O valor é 1% a mais do que o registrado em 2024. O gasto médio total é de R$ 510,85. Os dados são da pesquisa de intenção de compras elaborada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF/MS) e Sebrae/MS e divulgada em maio.

Conforme levantamento, serão gastos R$ 201,40 milhões em presentes e 183,06 milhões com comemorações.

De acordo com a economista do IPF MS, Regiane Dede de Oliveira, o valor médio do presente será R$ 273,21 e os gastos com comemorações, R$ 237,64. “O percentual de pessoas que se dizem dispostas a comprar ou a comemorar está menor do que o ano anterior”, afirma, explicando que – das pessoas que não irão presentear –88% justificam não estarem em um relacionamento. “Entre os que estão em algum tipo de relacionamento, 51,56% afirmam que vão fazer algum tipo de comemoração, 3 p.p. a menos do que o ano passado. Em relação às compras de presente, 49,34% dizem que vão comprar alguma lembrança, representando 2 p.p. a menos que em 2024.”

Para o analista-técnico do Sebrae/MS, Paulo Maciel, a data é uma oportunidade valiosa de aumentar o faturamento e atrair novos clientes, mas para se destacar é necessário mais do que ter uma variedade de produtos, alerta. “Investir em experiências vai ser o diferencial. Embalagens criativas, kits personalizados, brindes simbólicos podem ser uma boa opção, já que o presente precisa emocionar. Além disso, opções de pagamento facilitadas e uma boa divulgação em redes sociais com mensagens que alcancem o coração das pessoas podem ser interessantes”, sugere.

A pesquisa foi realizada no período de 5 a 11 de maio nas cidades de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito e Corumbá/Ladário e também em Três Lagoas.

E OS OUTROS DIAS?

A fala do editor ressoa: qual é o dia que não é dos namorados? A pergunta, ainda que provocativa, convida à reflexão. O Dia dos Namorados talvez seja apenas uma vitrine: o amor se manifesta nos gestos cotidianos, nos dias comuns, nos momentos sem anúncio publicitário.

Em tempos de rotina acelerada, a data marca uma pausa. Mas há quem defenda que amar é também lembrar do outro fora do calendário, nas segundas-feiras esquecidas ou nas pequenas gentilezas silenciosas.

ENTRE AFETO E CONSUMO

O Dia dos Namorados é, sim, uma data que aquece o comércio. Mas também é, e talvez principalmente, um lembrete da importância dos vínculos. Entre os números da economia e os detalhes dos relacionamentos, há espaço para pensar sobre o amor que se comemora – e o que se constrói todos os dias.

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