Três Lagoas continua na liderança isolada, com US$ 219 milhões em exportações e 455 mil toneladas no acumulado até maio
Por: Nathalia Santos
Impulsionada pela indústria de celulose, Três Lagoas manteve a liderança entre os municípios exportadores de Mato Grosso do Sul nos primeiros cinco meses de 2025. O município respondeu por US$ 219 milhões em exportações no período, reforçando seu protagonismo em um cenário estadual marcado por mudanças na pauta exportadora e na dinâmica entre os principais produtos. Confira a reportagem mensal do Perfil News sobre as exportações em MS.
Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o estado totalizou US$ 4,288 bilhões em exportações entre janeiro e maio de 2025, um crescimento de 2,9% em valor e volume em comparação com o mesmo período do ano anterior.
CRESCIMENTO
O desempenho foi puxado principalmente pelo salto da celulose, que registrou aumento de 78,1% em valor exportado, chegando a US$ 1,442 bilhão, e crescimento de 70,4% em volume, com 2,88 milhões de toneladas.
Esse avanço elevou a participação da celulose na pauta de exportações sul-mato-grossense de 19,4% para 33,6%, superando a soja e assumindo a liderança entre os produtos mais exportados. Três Lagoas, com seu polo industrial consolidado, tem papel central nesse movimento.
SOJA PERDE ESPAÇO; CARNE BOVINA E MINÉRIO GANHAM FORÇA
Enquanto a celulose avança, a soja em grão perdeu fôlego: houve queda de 26% no valor exportado (US$ 1,16 bilhão) e de 17,9% no volume (2,99 milhões de toneladas), reduzindo sua participação nas exportações de 37,7% para 27,1%. O farelo de soja seguiu a mesma tendência, com retrações de 29,7% em valor e 27,4% em volume.
Por outro lado, a carne bovina apresentou crescimento expressivo: alta de 36,5% no valor (US$ 605,5 milhões) e 25,6% no volume (118,2 mil toneladas), representando agora 14,1% das exportações do estado. O minério de ferro também teve bom desempenho, com crescimento de 58,4% no volume exportado, totalizando 3,1 milhões de toneladas.
Açúcares, melaços, ferro-gusa e óleos vegetais registraram retrações significativas, enquanto produtos como carne de aves e couro apresentaram resultados positivos, ainda que em menor escala.
RIBAS DISPARA E TRÊS LAGOAS SE MANTÉM NO TOPO
Na análise por municípios, Três Lagoas continua na liderança isolada, com US$ 219 milhões em exportações e 455 mil toneladas no acumulado até maio – um crescimento de 5,4% em valor na comparação com 2024.
A grande surpresa veio de Ribas do Rio Pardo, que saltou do 8º para o 2º lugar no ranking estadual com um impressionante crescimento de 2.715% em valor exportado, totalizando US$ 112,8 milhões. O volume também disparou 2.503%, alcançando 243 mil toneladas, resultado diretamente ligado à consolidação de novos empreendimentos industriais no município.
Dourados manteve a terceira posição com crescimento de 40,7% no valor exportado (US$ 84 milhões), e Corumbá se destacou pelo forte aumento no volume, impulsionado pela exportação de minério.
COMÉRCIO EXTERIOR DIVERSIFICADO
A Bolívia permaneceu como principal destino das exportações sul-mato-grossenses, apesar da queda de 32,8% no valor exportado. A China apresentou crescimento de 16,8% em valor e 33,6% em volume, consolidando-se como segundo maior mercado. O Paraguai também avançou, com alta de 27,4% em valor e 36,9% em volume.
O destaque ficou com a França, que saltou de apenas US$ 3 mil para mais de US$ 3,1 milhões em exportações, revelando a possível entrada de produtos de alto valor agregado.
LOGÍSTICA GANHA NOVOS CAMINHOS
O escoamento das exportações de Mato Grosso do Sul em 2025 tem se apoiado em uma malha logística mais diversificada. Os portos seguem como principais vias, com destaque para Santos, que cresceu 113,8% em volume, e Corumbá, que, apesar da queda de 29,7% no volume, ainda lidera como principal ponto de saída — especialmente para a Bolívia.
Outros destaques incluem o crescimento nas operações de Foz do Iguaçu (alta de 48% em valor) e o fortalecimento de São Francisco do Sul. Já o Porto de Paranaguá sofreu forte retração, acompanhando a queda nas exportações de soja.
O modal aéreo vem ganhando espaço, sobretudo para produtos de maior valor agregado. O Aeroporto de Guarulhos registrou alta de 157% no volume exportado, enquanto Boa Vista e Guaíra surgem como novas rotas com crescimento expressivo, mostrando o avanço da logística integrada no estado.
