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Três Lagoas
segunda-feira, 23 de junho de 2025

Projeto da 2ª linha é ampliado e Eldorado pagará R$ 13 milhões de compensações ao Estado

Capacidade produtiva da Eldorado Brasil passará de 1,8 milhões de toneladas de celulose ano, para 4,4 milhões, após a conclusão da segunda linha

A recente ampliação do projeto da segunda linha de produção da Eldorado Brasil Celulose em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, marca um momento importante para o setor de celulose e papel no Brasil. O projeto, que antes previa uma capacidade adicional de 2,3 milhões de toneladas de celulose por ano, agora será ampliado para 2,6 milhões de toneladas/ano. Essa mudança representa um salto significativo na capacidade produtiva da empresa, que passará de 1,8 milhões para 4,4 milhões de toneladas/ano após a conclusão da nova linha.

INVESTIMENTO EXPRESSIVO

Do ponto de vista econômico, o projeto representa um investimento expressivo. O custo adicional da ampliação foi de R$ 1,9 bilhão, com um investimento total estimado próximo de R$ 25 bilhões, conforme os valores médios do setor. Como contrapartida ambiental, a Eldorado firmou um acordo com o Governo do Estado para o pagamento de R$ 13,3 milhões em compensações ambientais, valor calculado com base no impacto ambiental do projeto e na exigência de 0,7% de incidência sobre o investimento.

Projeto da 2ª linha é ampliado e Eldorado pagará R$ 13 milhões de compensações ao Estado

Por outro lado, é importante destacar o longo histórico de disputas judiciais envolvendo a Eldorado e sua ex-sócia, a Paper Excellence. A batalha jurídica, que envolveu diferentes instâncias do Judiciário brasileiro, só chegou ao fim recentemente, após a J&F, controladora da Eldorado, pagar R$ 15 bilhões pelos 49,41% das ações da ex-parceira.

O contexto de mercado também influenciou a negociação, visto que a venda das ações ocorreu durante um período de baixa nos preços da celulose, o que aumentou a tensão entre as partes. Esse cenário de incerteza jurídica e econômica retardou o início das obras da nova planta, criando expectativas na população local e entre os investidores.

VALE DA CELULOSE

Em comparação com outras empresas do setor, a expansão da Eldorado reforça a posição do Mato Grosso do Sul como um dos maiores polos produtores de celulose do Brasil, agora conhecido como “Vale da Celulose”. Além da Eldorado, a Suzano mantém duas unidades produtivas em Três Lagoas e uma em Ribas do Rio Pardo, enquanto a Arauco e a Bracell estão com novos projetos em desenvolvimento na região.

BENEFÍCIOS E IMPACTOS

Enquanto os benefícios econômicos são inegáveis, com a geração de empregos e o fortalecimento da balança comercial do Estado, os impactos ambientais continuam sendo motivo de atenção. O pagamento das compensações ambientais é uma tentativa de mitigar esses efeitos, mas o crescimento acelerado das áreas plantadas de eucalipto na região levanta questionamentos sobre os efeitos a longo prazo na biodiversidade e nos recursos hídricos locais.

Em síntese, a ampliação da segunda linha da Eldorado Brasil representa um marco para a indústria de celulose, trazendo avanços econômicos importantes, mas também desafios ambientais e sociais que exigem acompanhamento contínuo.

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