O Perfil News teve acesso ao caso nesta manhã e procurou Agepen-MS para apurar os fatos
Na manhã desta terça-feira (24) uma advogada foi flagrada tentando introduzir aproximadamente 1 quilo de maconha na Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas, escondida dentro de um colchão.
A tentativa foi descoberta por volta das 10h30, durante o procedimento padrão de revista realizado por policiais penais da unidade. A informação foi obtida pelo Perfil News.
Segundo informações da Agepen-MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a irregularidade foi identificada por um servidor que, ao manusear o colchão, sentiu um forte odor típico de entorpecente.
A inspeção revelou que o colchão estava recheado com a droga, distribuída entre as espumas internas. Após a abertura e pesagem, o conteúdo foi confirmado: cerca de 1 quilo e 40 gramas de maconha.
RELATO
Conforme o relato da própria advogada aos agentes, ela teria sido contratada para entregar o colchão ao presídio e afirmou tê-lo recebido de um mototaxista, sem saber do conteúdo ilícito.
A mulher foi encaminhada sob escolta à Delegacia de Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada. Durante todo o procedimento, a advogada esteve acompanhada por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), conforme garantido pela legislação.
O preso que seria o destinatário do colchão foi identificado e colocado em cela disciplinar enquanto são conduzidas as apurações internas sobre o caso. A Agepen reforçou, em nota, que mantém protocolos rigorosos de fiscalização em todas as unidades prisionais do Estado para coibir a entrada de materiais proibidos.
O caso será investigado pela Polícia Civil e pode levar ao indiciamento da advogada, caso fique comprovado seu envolvimento direto na tentativa de tráfico para dentro do sistema prisional.
NOTA DA OAB – TRÊS LAGOAS
Após publicação da matéria, o presidente OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Três Lagoas, Tiago Vinicius Rufino Martinho enviou uma nota prestando esclarecimentos da ocorrência, conforme consta a seguir:
“Sobre o caso noticiado, a OAB através da Comissão de Prerrogativas, Presidência e Vice-Presidência da subseção acompanhou toda a situação.
A advogada não foi autuada em flagrante, tampouco presa, como afirmado na notícia. A Polícia Civil realizará a devida investigação sobre os fatos, e a OAB realizará a devida apuração disciplinar.
Reiteramos especialmente aos advogados que realizam serviços de diligências e trabalham na área criminal que JAMAIS ACEITEM REALIZAR A ENTREGA DE PERTENCES A PESSOA PRESA, pois criminosos tem buscado através de uma aparente contratação de diligência, usar do advogado para tentar inserir objetos ilícitos no sistema prisional, sem o conhecimento do advogado, prática que ficou bastante conhecida no período da pandemia.
Em última hipótese, o advogado deve ele próprio adquirir o item necessário (por exemplo materiais de higiene pessoal) para entregar ao preso, lembrando que a assistência material ao preso é dever da família do custodiado, e na sua falta, do setor de assistência social da unidade prisional.“