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terça-feira, 24 de junho de 2025

Senai-MS conquista primeira patente com pesquisa de biocombustível a partir de plantas aquáticas

O Instituto Senai de Inovação em Biomassa conquistou a primeira patente entre os projetos de pesquisa desenvolvidos pela instituição. O direito exclusivo, com publicação nos Estados Unidos, foi concedido ao projeto Macrofuel. Inédita, a iniciativa é responsável pelo desenvolvimento de biocombustível a partir de plantas aquáticas que impactavam em reservatórios da região, na divisa entre os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. A tecnologia também teve sua patente concedida no Brasil pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), fortalecendo a proteção intelectual e estratégica da inovação no mercado nacional.

Para o diretor do ISI Biomassa, João Gabriel Marini, a patente representa um marco muito importante tanto para o instituto quanto para o setor de inovação tecnológica no Brasil. “É um orgulho enorme para o ISI Biomassa ter uma tecnologia desenvolvida no instituto patenteada. Isso mostra que estamos nos aproximando do estado da arte e gerando valor para nossos parceiros”.

Responsável pelo projeto, o pesquisador industrial Paulo Renato dos Santos afirma que a concessão de uma patente demonstra que o ISI Biomassa foi capaz de desenvolver uma metodologia de transformação de biomassa inédita, com aplicação prática e relevância industrial.

“Isso valida o instituto como um importante polo de pesquisa e desenvolvimento com expertise técnico-científica. Representa também um avanço no desenvolvimento de tecnologias limpas, renováveis e alinhadas com a bioeconomia circular, contribuindo para a transição energética e redução da dependência de combustíveis fósseis”, explicou.

Conforme o pesquisador, o reconhecimento permite avanços de pesquisa e agiliza o processo de acesso à tecnologia pelo público. “A patente cria uma base sólida e protegida para continuar evoluindo com o processo tecnológico, podendo se aprofundar em estudos com mais segurança, sabendo que os resultados estarão resguardados, além de desenvolver versões aprimoradas ou novos produtos derivados, possibilitando testar a aplicação dessa metodologia em diferentes escalas ou setores, ampliando seu potencial”.

Sobre o projeto

O projeto “Macrofuel: Aproveitamento Energético de Bio-Óleo Pirolítico de Macrófitas Aquáticas para Produção de Biocombustível” foi lançado em julho de 2019. A iniciativa foi uma parceria entre o Instituto Senai de Inovação em Biomassa e o grupo chinês, CTG Brasil, um dos maiores geradores privados de energia do país, com investimento de R$ 4,6 milhões, via fomento ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).

Segundo Paulo Renato, o objetivo principal do projeto foi desenvolver um processo de obtenção de biocombustível similar ao diesel (diesel verde), através da tecnologia de tratamento catalítico de bio-óleo oriundo da pirólise rápida de macrófitas aquáticas presentes em reservatórios de usinas hidrelétricas da CTG Brasil, mais especificamente dos reservatórios de Jupiá e Ilha Solteira, próximos a Três Lagoas, para possibilitar o emprego em motores convencionais a diesel.

Parte do projeto consistiu no plano de manejo das macrófitas aquáticas e a produção de biocombustível, convertendo estas plantas em bio-óleo por meio de pirólise rápida, um processo de decomposição térmica em altas temperaturas. “Além de oferecer uma solução energética sustentável, o projeto buscou mitigar os impactos negativos das macrófitas na operação das hidrelétricas, que resultavam em obstruções e consequente elevado custo de manutenção”, explica o pesquisador.

Serviço – Empresas interessadas em desenvolver parceria com o ISI Biomassa podem entrar em contato pelo e-mail [email protected]

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