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terça-feira, 15 de julho de 2025

Alckmin reúne com setor da indústria e anuncia esforço para reverter tarifaço de 50%

Vice-presidente Geraldo Alckmin iniciou rodada de conversas com empresários para debater reação ao tarifaço imposto por Donald Trump ao país

Em reunião com empresários do setor da indústria, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, nesta terça-feira (15), que trabalhará para reverter o tarifaço de 50% anunciado imposto pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras.

“Em relação a questão das tarifas, trabalharemos para reverter. Elas são absolutamente inadequadas. Os Estados Unidos têm déficit na balança comercial com boa parte do mundo, mas têm superávit na balança comercial com o Brasil, tanto no setor de serviços quanto no de bens. Tem superávit há 15 anos na balança comercial com o Brasil”, declarou durante a reunião com representantes do setor da indústria, um dos maiores afetados pelas tarifas unilaterais do presidente dos EUA, Donald Trump.

Segundo Alckmin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou a reunião com o setor com o objetivo de fazer um trabalho conjunto para “rever essa questão das tarifas norte-americanas”.

“O governo brasileiro está empenhado em resolver esta questão e queremos ouvir as sugestões e propostas de vocês”, completou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento.

Ele ainda citou que o governo federal conversa com o setor industrial norte-americano para envolvê-los nas negociações, sob a justificativa de que eles também serão prejudicados pelo tarifaço de Trump.

“Nós conversamos com os parceiros americanos do setor industrial para eles também se envolverem nesse trabalho. Mostrando que não só encarece, prejudica a economia brasileira, mas também encarece os produtos americanos e ainda mais da questão da exiguidade do tempo. Então, é importante a participação de vocês para a gente fazer um trabalho em conjunto”, finalizou.

No fim de semana, Alckmin indicou que o governo brasileiro continuará buscando reverter a taxação, que classificou como “inadequada”, e que acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver o imbróglio com os Estados Unidos.

O Brasil foi o maior prejudicado pela sanção comercial de Trump, com uma tarifa de 50%. Em resposta, o governo brasileiro defendeu a soberania nacional e se mostrou aberto para negociar com os norte-americanos.

LEI DE RECIPROCIDADE ECONÔMICA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica. O texto estabelece critérios para suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual, em resposta a medidas unilaterais adotadas por países ou blocos econômicos que impactem o Brasil.

O decreto também formaliza a criação do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, responsável por deliberar sobre a aplicação de contramedidas provisórias e acompanhar as negociações sobre as medidas unilaterais impostas contra o país.

Integram o comitê os ministros do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que o presidirá, da Casa Civil da Presidência, da Fazenda e das Relações Exteriores.

Com o tarifaço, diversos setores produtivos podem ser afetados, com destaque para agricultura e indústria de produção. De acordo com dados oficiais, cerca de 12% das exportações brasileiras têm como destino o mercado norte-americano.

Entre os principais produtos exportados para os EUA estão: óleos brutos de petróleo, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja, carne bovina, aeronaves e máquinas para o setor de energia.

Caso os países não cheguem a um acordo até 1º de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não descartou a possibilidade de aplicar o princípio da reciprocidade, previsto na Lei de Reciprocidade Econômica.

Confira a lista dos afetados pelo tarifaço:

Brasil: 50%

Laos: 40%

Myanmar: 40%

Camboja: 36%

Tailândia: 36%

Bangladesh: 35%

Sérvia: 35%

Indonésia: 32%

África do Sul: 30%

Argélia: 30%

Bósnia e Herzegovina: 30%

Iraque: 30%

Líbia: 30%

México: 30%

União Europeia: 30%

Sri Lanka: 30%

Brunei: 25%

Cazaquistão: 25%

Coreia do Sul: 25%

Japão: 25%

Malásia: 25%

Moldávia: 25%

Tunísia: 25%

Filipinas: 20%

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