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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Apoiadores de Bolsonaro protestam em Capitais brasileiras após decisão do STF

Grupos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram manifestações neste domingo (20) em diferentes cidades do Brasil. Os atos, registrados em capitais como Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e também Brasília, tiveram como foco críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), em especial ao ministro Alexandre de Moraes, relator de investigações que envolvem o ex-presidente.

Em Campo Grande, a Capital de Mato Grosso do Sul, a previsão de manifestação está prevista para acontecer dia 03 de agosto. Os manifestantes protestaram contra medidas recentes determinadas por Moraes, como a decisão da última sexta-feira (18) que impôs o uso de tornozeleira eletrônica a Bolsonaro, além da proibição de utilizar redes sociais e manter contato com outros investigados.

Nas faixas e discursos, os participantes alegaram perseguição ao ex-presidente e defenderam o que chamaram de “liberdade de expressão e de manifestação política”. Em algumas cidades, os atos reuniram apoiadores vestidos com as cores da bandeira nacional, empunhando cartazes contra o STF.

PROTESTOS PELO BRASIL

Em Salvador, o grupo conservador Bahia Direita promoveu um buzinaço. A chegada dos apoiadores foi no estacionamento ao lado do Jardim de Alah, que depois seguiram em carreata até o Farol da Barra.

Já em Brasília, o movimento Brasília vai caminhar, pela Liberdade, pela Democracia e pela Verdade foi convocado nas redes sociais pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Os manifestantes começaram a se concentrar em frente ao Banco Central, às 9h. Às 10h, bolsonaristas seguiram sentido Eixão Sul.

Outra capital que registrou as manifestações em apoio a Bolsonaro foi Belo Horizonte. Por lá, os atos foram concentrados na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul. Com faixas de “Fora Moraes” acompanhadas por bandeiras dos Estados Unidos, eles também defendem a saída do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

ENTRADA BARRADA NOS ESTADOS UNIDOS

A decisão do governo dos Estados Unidos de suspender o visto de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atingiu também outros sete ministros da Corte, além do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, de acordo com apuração da TV Globo.

Eles não foram notificados oficialmente da decisão dos Estados Unidos, mas a lista dos atingidos vazou para a imprensa americana e foi confirmada por integrantes do Itamaraty.

Além de Moraes, tiveram o visto suspenso os seguintes ministros do STF: Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Somente os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux não foram atingidos pela decisão dos Estados Unidos. Procurado pelo Valor, o STF não se manifestou, assim como a PGR.

 Na sexta-feira (18) à noite, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou ter determinado a revogação do visto americano do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de seus “aliados” na Corte.

“A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, disse Rubio em uma publicação na rede social X.

O anúncio foi feito horas depois de Moraes determinar que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica. Além disso, o ministro do Supremo impediu o ex-presidente de usar redes sociais, de se aproximar de embaixadas e de falar com embaixadores. Ele terá que ficar em casa das 19h às 6h em dias de semana e integralmente nos finais de semana e feriados. Bolsonaro pode ser preso se descumprir as ordens da Corte.

Em nota divulgada neste sábado (19), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) manifestou repúdio contra a revogação do visto do PGR e de ministros do STF.

“A revogação de seu visto representa não apenas um gesto desproporcional e incompatível com o histórico de atuação técnica do Procurador-Geral da República, mas também uma ofensa à independência e à autonomia de todo o Ministério Público brasileiro, uma inaceitável tentativa de intimidação de uma instituição nacional”, diz a associação.

“O Poder Judiciário no Brasil atua igualmente de modo independente, em estrita observância ao Estado de Direito. Nenhum agente público destas instituições deve ser punido por cumprir sua função constitucional, muito menos por um outro país, em um claro desrespeito à soberania nacional e ao princípio da não intervenção”, completa a ANPR.

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