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Três Lagoas
sexta-feira, 25 de julho de 2025

Campo Grande acompanha Lei Estadual e proíbe plantio, comércio e transporte de murta no município

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, sancionou na terça-feira (22) a Lei Municipal número 7.451, que proíbe em todo território do município o plantio, o comércio, o transporte e a produção da planta exótica Murraya paniculata, cujo nome popular é murta ou, ainda, dama-da-noite. A lei pune com multa de R$ 1 mil reais a pessoa que for flagrada em desobediência da norma, sendo aplicado valor dobrado em caso de reincidência. O município também se compromete a fiscalizar e elaborar plano de erradicação ou substituição das plantas já existentes.

Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a sansão da lei pela prefeita Adriane Lopes é uma importante vitória do Estado no esforço para se tornar polo cítrico com a atração de investimentos relevantes e perspectivas excelentes para os próximos anos.

“Campo Grande é a cidade com a maior concentração de plantas dessa espécie, que, como sabemos, é a principal hospedeira de uma praga que dizima as plantações de cítricos. Com essa lei, a cidade sinaliza que se uniu ao esforço iniciado pelo Governo do Estado para dar segurança aos citricultores e tornar Mato Grosso do Sul um potencial polo produtor de cítricos”, disse o secretário.

A iniciativa de apresentar projeto proibindo a murta em nível municipal foi do vereador Veterinário Francisco. O Estado já havia aprovado lei semelhante – Lei Estadual número 6.293 – no ano passado. A prefeita vetou alguns trechos do texto original aprovado pela Câmara, porém manteve o objeto principal da lei, que é a proibição do cultivo, comércio e transporte da espécie em todo o município.

Lei idêntica já está em vigor nos municípios de Três Lagoas e Dois Irmãos do Buriti, e projetos com o mesmo teor tramitam em Câmaras de outros municípios. O secretário Jaime Verruck destacou a importância de os municípios aprovarem a medida e implantarem planos de erradicação da murta.

Hospedeira

A coordenadora de Citricultura da Semadesc, Karla Nadai, explicou por que a murta é tão prejudicial à citricultura. Essa espécie vegetal se constitui a principal hospedeira do psilideo da laranja, um pequeno inseto transmissor do greening, a pior doença dos cítricos. Essa praga já dizimou os pomares dos Estados Unidos e no Brasil, comprometeu pelo menos 50% das lavouras de cítricos de São Paulo, o maior produtor nacional com cerca de 400 mil hectares de pomares.

Karla Nadai argumenta que, mesmo a murta estando distante dos laranjais, o risco é iminente porque o psilideo consegue voar livremente por cinco quilômetros e se for impulsionado por uma corrente de ar, pode percorrer até 20 quilômetros. “Por essa razão o correto é erradicar todas as plantas de murta, mesmo dentro das cidades”, completou.

Mato Grosso do Sul está atraindo grandes investimentos no setor de citricultura, com mais de 20 mil hectares de pomares já plantados e devendo chegar a 30 mil hectares até o fim do ano. A iniciativa do Governo do Estado de erradicar a murta é pioneira no Brasil, o que tornou Mato Grosso do Sul muito atrativo para a citricultura. Além de erradicar a murta, o Estado também determina a destruição das plantas de cítricos eventualmente infectadas, outra medida inédita no País.

Além disso, o Governo do Estado firmou acordo de cooperação, há dois anos, com o FundeCitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), mantido por citricultores e indústrias de suco do país. O Fundo contratou um engenheiro agrônomo para atuar exclusivamente em Mato Grosso do Sul, dando acompanhamento técnico a todos os produtores, sobretudo quanto ao manejo do greening.

A murta-de-cheiro é uma planta de folhagem perene originária das regiões do Mediterrâneo, conhecida por ter folhagem verde vibrante, flores brancas ou rosa pálido e exalar um aroma agradável. É um arbusto de porte médio que vinha sendo muito apreciado na arborização urbana, pela aparência, aroma e tamanho. Entretanto, a associação da planta com a pior praga dos cítricos – o greening – transformou-a em um problema que precisa ser enfrentado.

João Prestes, Comunicação Semadesc

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