Duas granjas abriram as porteiras para mostrar como bem-estar animal e conformidade estão mudando a realidade da produção de suínos no estado
Em Mato Grosso do Sul, a suinocultura ganha cada vez mais força e protagonismo graças ao compromisso de produtores que unem tradição familiar, inovação tecnológica e práticas sustentáveis. Exemplos claros desse avanço são as granjas Vô Bento e Casa Caiada, duas propriedades pioneiras que receberam recentemente a auditoria da ASUMAS (Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores), dentro do Programa de Sustentabilidade da entidade e do projeto Leitão Vida em Conformidade, iniciativas que vêm ganhando força no estado.
O Programa ASUMAS de Sustentabilidade, junto ao Leitão Vida em Conformidade, surge como uma importante ferramenta para qualificar a produção, garantindo práticas responsáveis que vão do manejo animal até a preservação ambiental, valorizando a suinocultura sul-mato-grossense no cenário nacional.
Granja Vô Bento: um sonho familiar com foco na sustentabilidade
Localizada no Sítio Primavera, em Vicentina, a Granja Vô Bento é a materialização de um sonho construído com muita dedicação e união familiar. Fundada em 2018 por Antonio Camargo Santana, motivado pelo filho recém-formado em Medicina Veterinária que desejava ingressar na suinocultura, a granja passou por um longo processo de aprovação e licenciamento ambiental até se tornar realidade.
Hoje, a unidade é certificada GRSC (Granja de Reprodutores Suídeos Certificada) e conta com capacidade para 12 mil animais, todos alojados em barracões 100% climatizados e automatizados, operados exclusivamente por equipe própria para garantir a biosseguridade máxima. “Nada de terceiros. A própria equipe realiza todos os manejos de lavagem, vacinação e embarques”, enfatiza Antonio.
Ser a primeira granja auditada no estado pelo Programa ASUMAS de Sustentabilidade foi motivo de orgulho e um marco na trajetória da Vô Bento. Apesar da rigidez técnica da auditoria, Antonio explica que não foram necessárias grandes adaptações na estrutura, já que a manutenção preventiva é uma prática constante. A principal adequação foi o reforço das telas para aumentar a segurança sanitária.
Para ele, a adesão ao programa representa a evolução natural da suinocultura regional. “Produzir com eficiência e de forma sustentável, respeitando o meio ambiente, é o caminho. Temos terras planas, espaço e muita capacidade para transformar Mato Grosso do Sul em um estado pujante e sustentável no setor”, projeta.
Suinocultura Casa Caiada: inovação e compromisso com o bem-estar animal
Em Dourados, a Suinocultura Casa Caiada, idealizada há três anos por Leonardo Garcia Rodrigues, traz um olhar moderno e tecnológico para a suinocultura familiar. Especializada na fase da cria de leitões, a granja opera como uma Unidade Produtora de Desmamados (UPD), integrada à agroindústria local.
Com 3 mil matrizes em sistema de bandas, a Casa Caiada foi pensada para priorizar a ambiência ideal, produtividade e saúde, contando com estruturas modernas que garantem conforto térmico, organização e segurança para animais e colaboradores. Para Leonardo, o bem-estar animal é um valor intrínseco ao negócio. “Cada detalhe da estrutura foi planejado para respeitar a vida, pois isso impacta diretamente na qualidade do produto e na longevidade da atividade”, afirma.
Assim como a Vô Bento, a Casa Caiada foi uma das primeiras a passar pela auditoria do Programa ASUMAS de Sustentabilidade e do Leitão Vida em Conformidade, superando os desafios com a convicção de estar alinhada às exigências dos mercados mais rigorosos.
Leonardo reforça que a adesão a esses programas vai além de cumprir normas: “É uma estratégia inteligente para fortalecer a confiança do consumidor, que cada vez mais busca alimentos rastreados, com bem-estar animal e menor impacto ambiental.”
Ele também destaca o papel fundamental das políticas públicas, como o Programa Leitão Vida, para fomentar o setor no estado. “Esse tipo de incentivo estimula novas granjas, gera empregos e atrai investimentos, promovendo o desenvolvimento local e regional”, avalia.