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Três Lagoas
segunda-feira, 28 de julho de 2025

Megaequipamentos movimentam o “Vale da Celulose” com geração de empregos e operação logística especial

Com foco na expansão industrial, estruturas de grande porte após percorrerem grande percurso chegam à região e mobilizam uma força-tarefa logística até Inocência onde está sendo construída a maior fábrica de celulose do mundo da multinacional Arauco

Mato Grosso do Sul é uma potência mundial da celulose. Três Lagoas é a pioneira no setor, com duas fábricas, sendo uma Suzano e uma Eldorado. Ano passado, Ribas do Rio Pardo foi contemplada com uma Suzano que já está operando. Uma Arauco está sendo construída em Inocência e, em breve, obras da Bracell devem começar em Bataguassu.

Para atender às demandas de uma indústria, comércios são ampliados, além de outros megaempreendimentos que acabam sendo instalados nas cidades. Assim, como Três Lagoas viu o desenvolvimento passando diante dos olhos, o mesmo aconteceu em Ribas do Rio Pardo, está acontecendo em Inocência e em breve, Bataguassu que vai sentir o ‘gostinho do progresso’.

PRÉ-MOLDADOS

Megaequipamentos movimentam o "Vale da Celulose" com geração de empregos e operação logística especial

Para ter dimensão dos empreendimentos que chegam com a fábrica, podemos citar a cidade Inocência. No Projeto Sucuriú, A Protendit, pioneira no Brasil em soluções pré-fabricadas de concreto, tem participação direta em um dos maiores empreendimentos industriais da história recente do País.

A Arauco, marca a entrada da empresa Protendit no mercado brasileiro de celulose. A nova unidade está sendo construída em Inocência e terá capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, tornando-se a maior fábrica de celulose construída em única etapa no mundo.

Com investimentos de US$ 4,6 bilhões, a fábrica deve começar a operar até o final de 2027. Serão utilizados aproximadamente 10 mil m³ de concreto no processo para construção de prédios entre as linhas de secagem, caustificação e fibras, quantidade capaz de preencher cerca de 980 caminhões betoneira (de 10 m³ cada).

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No Projeto Sucuriú, serão utilizadas soluções como concreto autoadensável (CAA), que torna a execução mais eficiente e segura, como um tipo especial de concreto que se espalha e se ajusta ao molde sem a necessidade de vibração, garantindo maior precisão e qualidade.

Além disso, a equipe de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da Protendit está criando peças sob medida para atender às particularidades do projeto, o que vai facilitar a montagem e reduzir o tempo da obra.

LOGÍSTICA

A entrega de uma quantidade tão grande de estruturas envolve a elaboração de plano logístico detalhado e robusto, com o transporte das peças especiais sendo feito em carretas adaptadas saindo das três unidades da Protendit, em Potirendaba, São José do Rio Preto e São Paulo (SP), até o canteiro de obras na cidade de Inocência (MS). Toda operação será coordenada com rotogramas e tecnologias que garantem eficiência, segurança e sustentabilidade.

Mas isso que está acontecendo em Inocência, já aconteceu em Ribas do Rio Pardo e em Três Lagoas. A pioneira no setor de Mato Grosso do Sul também acaba lucrando com a chegada dos grandes empreendimentos. Três Lagoas, por já ter estrutura, como aeroportos e por já viver em ritmo de cidade grande, acaba se tornando um escritório para essas grandes empresas que oferecem serviços para as fábricas da região.

Megaequipamentos movimentam o "Vale da Celulose" com geração de empregos e operação logística especial

Além de toda estrutura que já está sendo realizada em Inocência, podemos citar que ainda é só o começo do desenvolvimento que está por vir. O que aconteceu recentemente em Ribas do Rio Pardo. Durante a construção da fábrica, grandes peças da nova da indústria atravessaram o planeta e chegam na cidade. Era algo tão grandioso que chocava em cruzava com os ‘grandões’ na pista.

Parte dos equipamentos, denominados ‘tambores lavadores’ que foram utilizados na Fábrica de Celulose de Ribas do Rio Pardo chegaram em Mato Grosso do Sul, através de navios e também via terrestre. As peças foram encomendadas da Finlândia para a indústria da Suzano

Megaequipamentos movimentam o "Vale da Celulose" com geração de empregos e operação logística especial
Na imagem acima é possível observar a rota dos equipamentos que aravessa o mundo para chegar ao Mato Grosso do Sul (Reprodução)

Os equipamentos são de grande importância para a fábrica, mas até chegar ao destino, as grandes peças precisaram percorrer enormes percursos. É preciso realizar uma força-tarefa por onde eles passam. Com várias carretas e pessoas atuando no trabalho.

TONELADAS DE EQUIPAMENTOS

Para a Suzano de Ribas, foram encomendados 10 equipamentos da Andritz, empresa austríaca responsável pela implantação das ilhas de processo da unidade. Desse total, quatro peças pesam 146 toneladas, com um diâmetro de 5,5 metros e 11 metros de comprimento.

Os outros seis equipamentos têm peso líquido de 87 Toneladas e medem 5 metros de diâmetro e 10 metros de comprimento. Para chegarem até o canteiro de obras da nova fábrica da Suzano, os “grandões” tiveram que percorrer 246 quilômetros entre a sede da Andritz, em Savonlinna e o Porto de Hamina, na Finlândia, de onde seguiram de navio para o Brasil.

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Equipamento saindo da fábrica da Andritz na Finlândia com destino ao porto daquele país, tendo o Brasil como destino (Foto: Divulgação)

Em território nacional, o trajeto das quatro peças de 146 toneladas foi do Porto de Santos (SP) até Ribas do Rio Pardo, percorrendo 1.175Km de trecho rodoviário. No total, foram 136 dias, sendo 58 dias de transporte internacional e 78 dias de transporte nacional.

Para as seis peças de 87 Toneladas, o trajeto foi do Porto de Paranaguá (PR) até Ribas do Rio Pardo, totalizando 1.640km. No total, foram 119 dias, sendo 94 dias de transporte internacional e 25 dias de transporte nacional.

A REGIÃO DO EMPREGO

Megaequipamentos movimentam o "Vale da Celulose" com geração de empregos e operação logística especial
Atualmente o Projeto Sucuriu possui um contingente de 3 mil trabalhadores, porém no pico da obra será necessário 14 mil colaboradores (|Foto: Perfil News)

Com a alta demanda, acaba faltando mão de obra. Algo que já aconteceu em todos os municípios que possuem fábricas de celulose e o que está acontecendo em Inocência, por exemplo. A cidade tinha pouco mais de 8 mil moradores e, no pico da construção da Arauco, a indústria precisa de pelo menos 14 mil funcionários. Ou seja, ultrapassa a quantidade da população. Muitas vezes, a empresa precisa se deslocar para outras cidades em busca de pessoas que queiram trabalhar.

Como citado acima, a Protendit, por exemplo, mobilizará diretamente cerca de 400 colaboradores, impactando positivamente mais de 2 mil pessoas, considerando toda a cadeia envolvida. 

Com as fábricas, o desenvolvimento também chega aos municípios. Um exemplo também são as obras que em breve serão realizadas nas rodovias da região, já conhecida como ‘Vale da Celulose’, devido à quantidade de indústrias.

BATAGUASSU É A PRÓXIMA

Bataguassu já está sentindo o mesmo ‘gostinho’ de desenvolvimento que Três Lagoas passou há algumas décadas. A Bracell, uma das gigantes do setor de celulose, há alguns meses anunciou uma nova fábrica de celulose na cidade, que já prevê a geração de até 10 mil novas vagas de emprego durante a construção da indústria.

O investimento será de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões). A Bracell terá a capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas anuais de celulose solúvel especial, um produto de alto valor agregado utilizado em indústrias como têxtil, farmacêutica, cosmética e alimentícia.

UFN3

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Obras da UFN3 estão paradas há mais de 10 anos (Foto: Arquivo/Perfil News)

Além de Três Lagoas abrigar a Suzano e a Eldorado, obras paradas como a UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III) devem ser retomadas, deixando a região do ‘Vale da Celulose’ ainda mais rica.

Ainda falando sobre o desenvolvimento que as indústrias levam, o Governo de Mato Grosso do Sul quer realizar obras de recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do sistema rodoviário composto pelos trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das rodovias Federais BR-262 e BR-267.

ROTA DA CELULOSE

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Durante a construção do Projeto Cerrado em Ribas do Rio Pardo, a BR 262, rodovia que integra a Rota da Celulose serviu de corredor para atender a logística que transportou grandes equipamentos ao canteiro do empreendimento (Foto: Perfil News)

Praticamente todas elas, são ‘rotas da celulose’. A MS-040, de Campo Grande a Santa Rita do Pardo, a MS-338, que liga Santa Rita do Pardo a Bataguassu. A MS-395, de Bataguassu ao entroncamento com a BR-267. a BR-267, que liga Bataguassu a Nova Alvorada do Sul e a mais movimentada de todas,  BR-262, que liga Campo Grande a Três Lagoas.

O investimento é de mais de R$ 10 milhões e as obras devem beneficiar pelo menos 1,2 milhão de pessoas, gerando 1.100 empregos diretos e indiretos, dando um salto na população que disparou nos últimos anos.  Com o ‘boom’ de pessoas, os municípios que tinham ‘cara de interior’  tiveram uma ‘mudança radical’ misturando culturas de vários lugares. 

Com o crescimento, vieram e continuam vindo as oportunidades de emprego. Hoje em dia só não trabalha quem não quer na região. Diariamente, vagas para trabalho são disponibilizadas para a população que deseja entrar no mercado de trabalho. 

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BR 262 é uma das principais vias da Rota da Celulose (Foto: Divulgação)

Restaurantes, hotéis, lavanderias, bares e vários outros comércios se instalaram nos municípios. Com isso, os empresários precisaram de mais mão de obra e as vagas de empregos foram aumentando. 

Além de todo o comércio, as fábricas de celulose são as que mais empregam, mas assim como aconteceu em Três Lagoas e em Ribas do Rio Pardo, Inocência também está enfrentando um obstáculo: a falta de mão de obra.

O BRASIL NAS COSTAS

Apesar de milhares de pessoas estarem buscando a região em busca de trabalho, a demanda é grande e as empresas sempre estão buscando melhorar e aperfeiçoar os seus funcionários.

Para se ter ideia do tamanho da potência do Estado, Mato Grosso do Sul deve ‘carregar’ o Brasil nas costas e promete ser o Estado com maior crescimento econômico do país em 2025. O levantamento projeta alta de 4,4% para o PIB em terras sul-ma-grossenses, superando a projeção mediana das expectativas do mercado financeiro para o crescimento do PIB nacional, próximas de 2%.

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