Deputados e senadores da oposição ao presidente Lula (PT) ocuparam as mesas da Câmara e do Senado com a intenção de obstruir as sessões plenárias nesta terça-feira (5), na volta do recesso parlamentar. Os bolsonaristas ainda anunciaram que vão obstruir as demais sessões do Congresso até que consigam avançar em suas pautas.

O grupo quer pressionar os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PR) e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para colocarem em votação o que chamam de “pacote da paz”. São três medidas consideradas prioritárias: o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anistia aos condenados do 8 de janeiro de 2023, e o fim do foro privilegiado.
O movimento contou com a presença de alguns sul-mato-grossenses. A senadora Tereza Cristina (PP) e o deputado Rodolfo Nogueira (PL), realizam suas manifestações pedindo a ‘anistia e Fora Alexandre de Moraes’.
“Todos os discursos que antecederam colocam qual a posição de nós da oposição. O Brasil precisa de pacificação, mas elas não vão acontecer se não houver alguns passos que precisam ser dados. O Congresso Nacional precisa colocar essas pautas em votação. A votação é soberana. O voto que recebemos de cada um dos eleitores que votaram em nós para fazermos o nosso papel. Começando pela anistia, nós daremos um grande passo para a pacificação”, disse a senadora Tereza Cristina.
A promessa é que o protesto prossiga até que o diálogo com os presidentes seja alcançado. A previsão é de que ocorra, ainda hoje, uma sessão plenária na Câmara dos Deputados.
O protesto dos parlamentares ocorre após Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira (4). Na decisão, o magistrado afirmou que Bolsonaro, réu no julgamento da trama golpista, descumpriu as medidas cautelares impostas a ele em meados de julho ao participar virtualmente das manifestações de domingo.
“Alexandre de Moraes passou de todos os limites possíveis, aí preciso concordar com o antigo ministro do STF, que Alexandre de Moraes precisa estar internado para tratamento mental. É um absurdo o que fez com Bolsonaro. Ele não usou rede social e sim o celular. Bolsonaro não poderia ser julgado pelo STF. Ele é um cidadão comum. O STF não é para cidadão comum. Nós não vamos sair enquanto não acabar com a máfia da toga. Hugo Moraes prometeu que colocaria a pauta da anistia para votação, mas não aconteceu”, disse Bibo Nunes.
XERIFE DO STF
O Deputado Federal, Giovani Cherini, disse que nem o silêncio mais é permitido, já que em coletiva de imprensa, o ministro Marinho afirmou que manifestantes foram proibidos de protestar em paz e que o governador do Distrito Federal foi acordado pelo ‘xerife’ do STF.

Em coletiva de imprensa, o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), disse que vai pautar o projeto da anistia caso Hugo Motta deixe o país para cumprir agendas internacionais.
“Como vice da Câmara e do Congresso, sempre busquei equilíbrio e diálogo. Sempre respeitei Motta, que tem a pauta em suas mãos. Diante dos fatos, já comuniquei que, no primeiro momento em que eu exercer a presidência plena da Câmara, quando ele se ausentar do país, irei pautar a anistia”, disse.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro realizaram uma manifestação por todo o país, neste domingo (3), pedindo que o Senado Federal discutisse pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Moraes foi recentemente enquadrado na Lei Magnitsky pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A lei é utilizada para punir estrangeiros com uma série de sanções.
Também foi pedido pelos manifestantes a anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.