Na noite desta segunda-feira (4), a Câmara de Vereadores iniciou, oficialmente, as ações do Agosto Lilás. Um evento solene, proposto pelas vereadoras da Casa de Leis, marcou o início de uma série de ações previstas para todo o mês. Na mesa de autoridades estiveram a procuradora e vereadora Evalda Reis, a vereadora Sirlene dos Santos Pereira, a primeira dama Kelly Abonízio, a secretária municipal de Meio Ambiente, Mariana Amaral e a palestrante professora Dra. Patrícia Millani.
Na mesa de extensão estiveram representantes das secretárias municipais, CRAM, DAM, Promuse e na plateia representantes da Rede feminina de Combate ao Câncer, MDB Mulher; da Casa da Mulher; OAB; do Acolhimento POP; misses, representante do comandante do 2º BPM, da UTAM; do PV; projeto Linda Plus; do Movimento de Mulher Negra; do Fórum Estadual de Matrizes Africanas e ainda a esposa do presidente da Câmara, Mayene França Empke.
A apresentação cultural ficou por conta da Jovem Vereadora, Sara Leite (apadrinhada pela vereadora Sirlene) que interpretou a música: “A Começar em Mim”.


Também estiveram presentes os Jovens Vereadores Lucas Otero (apadrinhado pela vereadora Evalda Reis) e Samuel Santana (apadrinhado pelo vereador Mário Grespan), bem como, assessores dos vereadores professores Pedrinho Júnior (Natalia Peixoto e Pedro Souza) e Maria Diogo (Mara Viana Belchior).
A vereadora professora Maria Diogo gravou um vídeo, que foi exibido no início do evento, deixando como principal mensagem a importância da educação também no combate a violência contra as mulheres.
“Obrigada vocês que vieram, hoje, aqui, para tratar de um tema tão importante. Agradecemos ao presidente da Câmara, vereador do Tonhão, pelo apoio. Ressalto ainda a participação da vereadora Maria Diogo que construiu conosco toda esta mobilização. Temos como objetivo trabalhar por políticas públicas para combater a violência contra a mulher”, destacou Evalda Reis ao iniciar o ato solene.


“Nós queremos, mudanças, leis. Estamos para lutar uma pelas outras. Não se calem. Tem a Procuradoria da Mulher (da Câmara de Vereadores), o Promuse, a polícia. É ligar, é falar. Vamos à luta, unir as forças”, frisou Sirlene dos Santos Pereira.
A primeira dama, Kelly Abonizio, falou da união dos poderes e de forças para que se obtenha avanços. Ela se colocou à disposição para engajar ainda mais a causa, fortalecendo as parcerias e tornando o Agosto Lilás mais que um simbolismo, mas também um movimento real de segurança e dignidade para todas as mulheres.
A secretária municipal de Meio Ambiente, Mariana Amaral, lembrou que 7 de agosto, será mais um ano de vigência da Lei Maria da Penha, mas que não há muito a comemorar. E, deixou como principal mensagem que todas precisam se fortalecer, ter leis mais rígidas e punição. “Nós queremos que num futuro próximo, a gente possa comemorar o Agosto Lilás livre da violência”, pontuou.


Na sequência, ocorreu a palestra da professora Dra. Patrícia Millani, que tem mestrado em Geografia, doutorado pela Unesp e coordena o laboratório de Estudos Urbanos e do Território, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Ela falou sobre o tema: Violência de Gênero: reconhecer, enfrentar e apoiar.
Inicialmente, Patrícia falou de conceitos como: gênero, identidade de gênero e violência de gênero. “Para a gente contabilizar ao longo da história, a presença de homens e mulheres no mundo, quase sempre, as mulheres ficam com os espaços privados, domésticos e os homens saem para trabalhar”, citou em determinado trecho. E, ela ainda destacou os tipos de violência contra a mulher.


Dados do país, estado e sobretudo, resultado de pesquisas feitas por professores e acadêmicas da UFMS – do campus de Três Lagoas, há 7 anos sobre violência de gênero – com mulheres vítimas da violência no município, foram apresentados. Relatos usando nomes fictícios de mulheres e dos agressores delas. E, de uma realidade de agressões ocorridas de diversas formas e locais, sobretudo, não restritas ao ambiente domiciliar. “Pesquisa profundas, dolorosas, mas elas querem falar para serem ouvidas”.
“Na região Centro Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os estados com maior índice de violência. Dados muitos alarmantes, os maiores do Brasil. Em 2024 foram mais de 1.400 feminicídios, 12 a mais que em 2023. Isso sem contabilizar as subnotificações, quantas morrem e nãos são tipificadas como feminicídios, quantas quase não morrem?”, enfatizou a palestrante, ao mostrar um mapa da violência contra a mulher, feito a partir do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, resultado de uma tese defendida na UNESP, em 2019.


Como mensagem final, a professora deixou o seguinte texto: desigualdades de gênero não são naturais, são construídas – e tudo que é construído pode (e deve) ser desconstruído. “A gente precisa deixar de desnaturalizar todo tipo de violência. Não só a violência mais brutal, mas essas ‘pequenas’ violências que acontecem no nosso cotidiano. É por isso, que devemos lutar por políticas públicas interseccionais, que considerem as mulheres em suas pluralidades”, finalizou.
Ao encerrar, a procuradora da Mulher e vereadora Evalda Reis agradeceu cada instituição e segmento que trabalha com apoio as mulheres, na cidade. “Três Lagoas merece também uma Casa da Mulher Brasileira”, disse ao reforçar o pedido (já feito ao prefeito) a primeira dama do município. E, fez questão de lembrar que as mulheres de Três Lagoas não estão sozinhas e podem contar com o trabalho dos vereadores e da Procuradoria da Mulher.
Serviço — É possível acompanhar as ações, referentes ao AGOSTO LILÁS, no instagram: @procuradoriadamulhertl