A meta é movimentar 9,6 mil toneladas por dia em trens de 100 vagões projetados especialmente para fardos de celulose de fibra curta de eucalipto
A chilena Arauco, que constrói em Inocência o maior complexo de celulose do planeta, planeja investir cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) em um sistema logístico que conectará a unidade ao Porto de Santos (SP) até o fim de 2027.
Em reportagem do Estadão, foi detalhado que o objetivo é garantir o transporte anual de 3,5 milhões de toneladas do produto, 95% a 98% destinado à exportação, para mercados na Ásia, Europa e América do Norte.
O trajeto principal, de 1.050 quilômetros, será feito por via ferroviária. A meta é movimentar 9,6 mil toneladas por dia em trens de 100 vagões projetados especialmente para fardos de celulose de fibra curta de eucalipto. O transporte hidroviário e, em alguns casos, o rodoviário, também estão sendo avaliados.
Nos portos, a carga seguirá em navios do tipo break bulk, que transportam entre 50 mil e 80 mil toneladas por viagem.
O plano inclui a construção de um ramal ferroviário de 47 km ligando a fábrica a um pátio de integração com a malha da Rumo, que conecta Rondonópolis (MT) a Santos. Só essa etapa exigirá R$ 1 bilhão, com início das obras previsto após a licença de instalação, esperada para setembro. O percurso dos trilhos acompanhará, em grande parte, a rodovia MS-377.

OUTROS INVESTIMENTOS
Além da obra ferroviária, a empresa investirá R$ 1,4 bilhão na compra de 23 locomotivas e cerca de 750 vagões — quantidade suficiente para sete composições diárias, cada uma puxada por três locomotivas. Outra rota alternativa, ainda em estudo, combina transporte rodoviário até o rio Paraná, navegação por 450 km na hidrovia Paraná-Tietê até Pederneiras (SP) e, de lá, ferrovia até Santos.
O investimento logístico é parte de um projeto industrial avaliado em US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões).
A fábrica, localizada a 50 km do centro de Inocência, terá capacidade para empregar 14 mil pessoas no pico da obra e manter 6 mil trabalhadores fixos após o início da produção, previsto para o quarto trimestre de 2027.