As empresas de celulose investem pesado para caminhar lado a lado com o meio ambiente
Mato Grosso do Sul registrou um aumento de 15% em sua área de florestas plantadas em relação ao ano anterior, maior crescimento do Brasil. Com seis plantas de celulose confirmadas em investimentos de mais de R$ 75 bilhões, o Estado tem atualmente a segunda maior área de florestas plantadas do País, com 1,5 milhão de hectares, sendo 1,2 milhão em Três Lagoas e região.
Pelo menos 98% da área é destinada ao cultivo de eucalipto, utilizado principalmente pela indústria de papel e celulose, que tem forte presença no estado. As informações são provenientes do Projeto SIGA/MS, que monitora e acompanha o crescimento do setor em Mato Grosso do Sul.
MUNICÍPIOS VERDES
Cinco dos dez maiores municípios brasileiros em termos de área de florestas plantadas estão localizados em Mato Grosso do Sul, conforme o ranking nacional. Ribas do Rio Pardo ocupa a primeira posição no Brasil, com 462,043 hectares de florestas plantadas; Três Lagoas está na segunda posição, com 330,645 hectares; Água Clara na terceira posição, com 191,442 hectares; Brasilândia: ocupa a quarta posição, com 150,747 mil hectares e Selvíria na sexta posição do ranking, com 109,50 hectares.
Mas afinal, o eucalipto acaba com a água? Estraga o solo? Derruba mata nativa? Historicamente, a produção de celulose e papel esteve na mira de movimentos socioambientais no Brasil. Mas, hoje em dia as empresas de celulose estão cada vez mais inclusivas, proporcionando desenvolvimento territorial, com geração de empregos, renda, e gestão da paisagem que ao redor é dominada pelos pastos.
CICLOS
Eucalipto com faixas de mata nativa, promove um ganha-ganha. Por exemplo: o plantio de eucalipto serve como passagem para o trânsito de animais silvestres e impede a conversão dessas áreas em pastagens, ao mesmo tempo que a floresta natural conserva a água, o carbono, a biodiversidade e ajuda a combater as pragas, diminuindo o uso de agrotóxicos.
Em pesquisa apresentada, especialistas destacaram potencial do plantio de eucalipto para ajudar Mato Grosso do Sul a atingir a meta de ser carbono neutro até 2030.
O estudo revela que, independentemente do bioma, o eucalipto é a cultura que menos emite CO₂, mesmo quando comparado à vegetação nativa. Por outro lado, a agricultura e a pastagem são as atividades agrícolas que mais liberam gás carbônico para a atmosfera.
MANEJO
A utilização de matéria-prima florestal pode ser explorada para material lenhoso, autorizada por lei, desde que por motivos econômicos. Mas fica às empresas a obrigação de suprir recursos desde o manejo florestal à plantação. A reposição florestal equivale à compensação do volume de matéria-prima extraído de vegetação nativa, pelo volume consumido, a fim de gerar estoque ou recuperação de cobertura florestal.
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
A conclusão é que as fábricas de celulose estão cada dia mais, conscientes e caminhando com o meio ambiente. Além disso, uma indústria é um megaempreendimento que faz a economia de qualquer cidade disparar.
As cidades mudam para melhor com a chegada de uma indústria. Já aconteceu com Três Lagoas, com Ribas do Rio Pardo, acontece em Inocência e acontecerá com Bataguassu. Com todas as fábricas em operação, Mato Grosso do Sul será o maior exportador de celulose do planeta.
IMPACTOS
Desde o anúncio das novas fábricas, as cidades mudaram completamente. Novos comércios, hotéis e imóveis foram construídos, mudando o estilo de vida da população. Abrigando milhares de novos moradores, o pacatos municípios, agora seguem em ritmo de ‘cidade grande’.
A economia impacta desde os grandes empresários aos vendedores ambulantes. Com o maior fluxo de pessoas, todos os comércios e hotéis da cidade estão lotados, fazendo o dinheiro circular no município e assim, oferecendo uma vida digna tanto para os moradores, como para as pessoas que chegaram na cidade em busca melhores condições de trabalho.
O DESENVOLVIMENTO NÃO PARA
Entre os investimentos mais recentes captados, o secretário tem a vinda da Bracell. A empresa que já possui viveiros em Água Clara, gerando 2 mil empregos, vai instalar uma planta de 2,8 milhões de toneladas e investimentos de R$ 25 bilhões em Bataguassu. Marcando a sexta planta de celulose no Estado, o município a perspectiva é de gerar 10 mil empregos nas obras e 3 mil na operação.
Diante da expansão do setor o Governo de Mato Grosso do Sul investe pesado na gestão e planejamento da cadeia. Para o futuro, o Governo vai precisar melhorar a logística. Então o Estado tem um trabalho muito forte neste quesito. Em parceria com as empresas, quer concessionar rodovias. A chamada Rota Celulose. Além disso também existe o desafio que é a questão ferroviária. Todos os clientes e empresas estão indo para Santos, onde eles têm seus terminais privados. Por isso, é necessário que criar um canal adequado para levar esse produto a Santos.
A questão da qualificação também é abordada. Atualmente, o setor florestal detém 15 mil empregos diretos e 12 mil indiretos. Para isso, o Governo tem trabalhado com o sistema S como o Senai e o Senac a qualificação. Além disso, a Semadesc tem uma secretaria-executiva de Qualificação Profissional e cursos que são oferecidos pela Funtrab e parceiros.