Com a popularização dos smartphones e da internet móvel, número de linhas fixas despenca e serviço caminha para desaparecer em Três Lagoas
Por: Nathalia Santos
Três Lagoas está presenciando o fim iminente de um símbolo da comunicação do século passado: o telefone fixo. O Perfil News trouxe dados recentes da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que mostram que linhas têm se tornado obsoletas.
Dez anos atrás, em junho de 2015, o município contava com 24.021 acessos ao Serviço de Telefonia Fixa Comutada (STFC). Uma década depois. em junho de 2025, o número despencou para 9.044, uma redução de 62% na década.
A queda não é apenas de longo prazo. Na comparação com maio deste ano, houve recuo de 0,5%. Já em relação a junho de 2024, a redução foi ainda mais acentuada: 17,5%.
No geral, a Anatel detalha que MS perdeu 57% dos acessos de telefonia fixa.
Em termos de densidade, a cidade passou de 21,5 acessos por 100 habitantes (junho de 2015) para apenas 6,4 acessos (junho de 2025), sinalizando que o telefone fixo se tornou um item raro nos lares três-lagoenses.
MUDANÇA NO PROTAGONISMO DAS OPERADORAS
O cenário também transformou o mapa das operadoras. Em 2015, a Oi reinava absoluta, com 22.398 linhas, seguida de longe pela Claro (1.621) e pela TIM (4).
Em 2025, a liderança mudou de mãos: a Claro assumiu a primeira posição, com 5.625 acessos, enquanto a Oi caiu para 2.234. Novos nomes, como Vero (575) e Vivo (565), entraram no mercado, mas ainda com participação modesta.
DO BEM MATERIAL À ERA DOS SMARTPHONES
Especialistas apontam que essa queda é fruto direto do avanço da tecnologia. A popularização dos smartphones, somada à massificação da internet móvel e à chegada da fibra óptica, fez com que as funções antes restritas ao telefone fixo, como chamadas de voz e comunicação rápida, migrassem para aplicativos como WhatsApp, Telegram e redes sociais.
Os moradores estão cada vez mais abrindo mão de um meio de comunicação que um dia chegou a ser bem material, inclusive, declarado em Imposto de Renda na década de 70 e 80.
Com planos móveis cada vez mais acessíveis e recursos multimídia à mão, manter um telefone fixo deixou de fazer sentido econômico e prático para a maioria das famílias.
Hoje, o aparelho com fio é mais visto como peça de museu ou lembrança afetiva do que como ferramenta indispensável de comunicação.
Se a tendência continuar, os próximos anos podem marcar não apenas a queda, mas o fim completo da telefonia fixa residencial em Três Lagoas e, com ela, o encerramento de uma era que conectou famílias, empresas e histórias por décadas.
