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Três Lagoas
quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Bataguassu já vive boom econômico antes do início das obras da Bracell

Com investimento de US$ 4 bilhões e promessa de milhares de empregos, a fábrica de celulose só começa a ser construída em 2026, mas a cidade já sente o impacto da chegada do megaempreendimento

A sexta fábrica de celulose de Mato Grosso do Sul, em Bataguassu, já tem data para começar suas obras. A Bracell já confirmou ao governador Eduardo Riedel (PP), que a construção da indústria começa em fevereiro de 2026.

A empresa pretende investir US$ 4 bilhões na unidade em MS. A unidade terá capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas de celulose, em uma área localizada a 15 quilômetros do perímetro urbano da cidade. A perspectiva é de gerar 10 mil empregos nas obras e 3 mil na operação.

IMPACTOS POSITIVOS

Bataguassu já vive boom econômico antes do início das obras da Bracell
O movimento de pessoas em Bataguassu já está em ritmo de construção: hotéis e restaurantes lotados (Foto: Ricardo Ojeda)

O fato é que, mesmo antes do governador informar a data em que a construção deve começar, a cidade já está sentindo o impacto econômico da construção da Bracell. Bataguassu é cidade vizinha de Três Lagoas e faz fronteira com o Estado de São Paulo.

Ao lado do Estado de São Paulo, Bataguassu está logisticamente no ‘campo do negócio’.  Com a alta demanda, acaba faltando mão de obra. Algo que já aconteceu em todos os municípios que possuem fábricas de celulose e o que está acontecendo em Inocência e vai acontecer em Bataguassu.

CONSEQUÊNCIAS

Para efeitos comparativos, Inocência, que está sendo a ‘casa’ da construção da Arauco, tinha pouco mais de 8 mil moradores e, no pico da construção da fábrica, a indústria precisa de pelo menos 14 mil funcionários. Ou seja, ultrapassa a quantidade da população. Bataguassu também vai precisar de uma demanda parecida. E se está faltando, imagina quando as duas estiverem em processo de construção? Muitas vezes, a empresa precisa se deslocar para outras cidades em busca de pessoas que queiram trabalhar.

Bataguassu já vive boom econômico antes do início das obras da Bracell

Com o crescimento, vieram e continuam vindo as oportunidades de emprego. Hoje em dia, só não trabalha quem não quer na região. Diariamente, vagas para trabalho são disponibilizadas para a população que deseja entrar no mercado de trabalho. 

Restaurantes, hotéis, lavanderias, bares e vários outros comércios se instalaram nos municípios. Com isso, os empresários precisaram de mais mão de obra e as vagas de empregos foram aumentando. 

FALTA DE MÃO DE OBRA

Além de todo o comércio, as fábricas de celulose são as que mais empregam, mas assim como aconteceu em Três Lagoas e em Ribas do Rio Pardo, Inocência e agora em Bataguassu, também estão enfrentando um obstáculo: a falta de mão de obra.

Apesar de milhares de pessoas estarem buscando a região em busca de trabalho, a demanda é grande e as empresas sempre estão buscando melhorar e aperfeiçoar os seus funcionários.

Logo com o anúncio da instalação da fábrica, muitas pessoas já começaram a procurar a Bataguassu em busca de melhores condições de vida. Imóveis estão todos alugados, outros estão sendo construídos e mesmo assim, por falta de moradia, os novos moradores buscam cidades próximas.

A Bracell será a 6ª fábrica de celulose instalada no Estado. A cadeia produtiva florestal já conta com quatro fábricas de celulose em operação, tendo iniciado a construção da quinta — da Arauco, em Inocência — e confirmado a sexta (Bracell).

MS É DESTAQUE NO SETOR

MS já tem reconhecimento nacional como o “Vale da Celulose”, tendo 24% da produção nacional. Assim, o Estado já dispõe da segunda maior área cultivada de eucalipto e é o primeiro na produção de madeira em tora para papel e celulose. Mato Grosso do Sul também aparece como vice-líder em área plantada com árvores, ficando atrás apenas de Minas Gerais.

Mato Grosso do Sul é uma potência mundial da celulose. Três Lagoas é a pioneira no setor, com duas fábricas, sendo uma Suzano e uma Eldorado. Ano passado, Ribas do Rio Pardo foi contemplada com uma Suzano que já está operando. Uma Arauco está sendo construída em Inocência e, em breve, obras da Bracell devem começar em Bataguassu.

Para atender às demandas de uma indústria, comércios são ampliados, além de outros megaempreendimentos que acabam sendo instalados nas cidades. Assim, como Três Lagoas viu o desenvolvimento passando diante dos olhos, o mesmo aconteceu em Ribas do Rio Pardo, está acontecendo em Inocência e em breve, Bataguassu que começou a sentir ‘gostinho do progresso’.

ZPE DE BATAGUASSU

Bataguassu já vive boom econômico antes do início das obras da Bracell
Obras do prédio de alfandegamento da Receita Federal será concluído ainda em 2025 e as atividades da ZPE serão iniciadas no próximo ano (Foto: Ricardo Ojeda)

Além da construção da fábrica, Bataguassu também é o destino da Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Assim como Três Lagoas, que passou por diversas transformações com a chegada das indústrias, o município já começou a disparar economicamente com os anúncios dos grandes empreendimentos.

Recentemente, o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) aprovou dois novos projetos industriais sustentáveis para as ZPEs de vários Estados do Brasil, incluindo a de Bataguassu, que pode ter o prédio pronto até o final de 2025.

Segundo o deputado estadual, Pedro Caravina (PSDB), o qual é esposo da prefeita de Bataguassu, Wanderleia Caravina (PSDB), a decisão do Governo Federal vai alavancar o desenvolvimento regional, assim como atrair novos investimentos ao município.

“Além de novos investimentos e geração de mais empregos e renda para Bataguassu, a ZPE vai transformar a região como polo de exportação, haja vista a facilidade de alfandegamento para receber e exportar produtos, atraindo a instalação de empresas exportadoras e importadoras de produtos”, adiantou o deputado estadual ao Perfil News.

Para se ter ideia do tamanho da potência do Estado, Mato Grosso do Sul deve ‘carregar’ o Brasil nas costas e promete ser o Estado com maior crescimento econômico do país em 2025. O levantamento projeta alta de 4,4% para o PIB em terras sul-mato-grossenses, superando a projeção mediana das expectativas do mercado financeiro para o crescimento do PIB nacional, próximas de 2%.

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