Dados da Jucems ainda indicam a presença de empresários portugueses e italianos em Mato Grosso do Sul
Por: Nathalia Santos
Mato Grosso do Sul vem se consolidando como um estado multicultural também no campo do empreendedorismo.
Dados recentes da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems), coletados em 1º de julho de 2025, mostram que empresários estrangeiros têm papel relevante tanto em empresas quanto no universo dos Microempreendedores Individuais (MEIs).
Entre as empresas formalizadas, o Paraguai aparece na liderança, com 468 empresários, seguido pela Bolívia (316) e Portugal (278). A lista inclui ainda italianos (141) e japoneses (136).
Esse recorte revela a presença de grupos de imigração histórica em Mato Grosso do Sul, especialmente portugueses, italianos e japoneses, além dos vizinhos paraguaios e bolivianos, que há décadas têm forte participação na economia local.
SERVIÇOS SE DESTACAM
Das empresas com atividade principal registrada, 61,15% atuam em serviços, somando 49.434 empreendimentos. O comércio aparece em segundo lugar, com 32,63% (26.383 empresas), e a indústria representa apenas 5,91% (4.762 empresas).
Quando consideradas também as atividades secundárias, o setor de serviços cresce ainda mais, totalizando 62.339 empresas, enquanto o comércio chega a 39.556 e a indústria a 12.822.
A principal atividade econômica identificada é o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, confirmando a relevância do setor de moda e vestuário na capital sul-mato-grossense.
PERFIL DOS EMPRESÁRIOS
O estudo também revela que os homens ainda são maioria entre os empresários da capital: 62,4% (77.940) contra 37,6% (46.938) de mulheres.
A faixa etária predominante é de 31 a 45 anos, faixa que concentra a maior parte dos empreendedores ativos.
MEIS REFLETEM FLUXOS MIGRATÓRIOS
O cenário é diferente quando se observam os MEIs. Nesse grupo, o Paraguai mantém a dianteira, com 698 microempreendedores, seguido pela Bolívia (406) e Venezuela (392). Colômbia (172) e Haiti (69) completam o ranking.
A presença marcante de venezuelanos, colombianos e haitianos mostra a força dos fluxos migratórios recentes. Muitos desses estrangeiros encontram no microempreendedorismo uma alternativa rápida para geração de renda e integração ao mercado de trabalho brasileiro.
PERFIS DISTINTOS
Os dados revelam dois perfis de estrangeiros empreendedores em Mato Grosso do Sul:
De um lado, imigrantes tradicionais, que historicamente ajudaram a construir setores econômicos do estado e hoje mantêm empresas mais estruturadas.
De outro, migrantes recentes e refugiados, que têm no MEI uma porta de entrada para a formalização de pequenos negócios e para a inclusão social.
