No próximo dia 27 de setembro, a tragédia que marcou a história da cidade completará 15 anos. O ciclone extratropical que atingiu Três Lagoas em 2010 deixou um cenário de destruição e medo, difícil de apagar da memória da população.
A lembrança voltou à tona nesta última segunda-feira, 22, quando um forte vendaval atingiu Três Lagoas e região, provocando estragos e preocupação. O fenômeno climático recente trouxe à memória de muitos moradores a noite em que a cidade foi devastada por ventos de até 110 km/h.

O TRAUMA DE 2010
Naquela noite de 27 de setembro de 2010, por volta das 23h45, Três Lagoas foi surpreendida por um ciclone extratropical que durou apenas 15 minutos, mas deixou marcas profundas. Casas destelhadas, árvores arrancadas, postes caídos, semáforos destruídos e bairros inteiros às escuras transformaram a cidade em um cenário de caos.
Os números da tragédia impressionam:
- 8.003 pessoas atingidas
- 7.500 desalojadas
- 15 feridos leves
- 2 pessoas com ferimentos graves
- 1 morte registrada, de uma senhora
- 470 casas destelhadas
- 94 residências destruídas
- 29 edificações públicas danificadas, incluindo unidades de saúde, escolas e quadras esportivas
Bairros como Chácara Imperial, Vila Haro, Eldorado, Maristela, Santa Terezinha, Santos Dumont, Interlagos, Lapa, Nossa Senhora Aparecida, Centro, Santa Luzia, Paranapungá, Acácias e o Distrito Industrial estiveram entre os mais atingidos.
RASTRO DE DESTRUIÇÃO

Além das residências, estruturas públicas e privadas sofreram grandes danos: quadras esportivas desabaram, a cobertura de um posto de combustível voou, e até a torre de uma empresa de telefonia caiu, provocando estragos adicionais. Ruas ficaram intransitáveis devido à queda de árvores e cabos de energia, e a população enfrentou longos períodos sem água e luz.
O prejuízo, estimado em milhões de reais, foi agravado pelo sofrimento das famílias que perderam suas casas, seus bens e, no caso mais grave, uma vida.





SETEMBRO: MÊS DE LEMBRANÇAS DOLOROSAS
Com o passar dos anos, setembro se tornou um mês de apreensão para os três-lagoenses. A cada mudança brusca no tempo, o medo e o trauma retornam. “É impossível não lembrar daquela noite sempre que o céu escurece de repente ou quando o vento sopra mais forte”, relatam moradores.
O vendaval do último dia 22 de setembro foi mais um exemplo dessa cicatriz coletiva. Embora os danos tenham sido menores, o episódio reacendeu o temor de que a cidade possa reviver uma tragédia semelhante.
MEMÓRIA QUE RESISTE

Quinze anos depois, o ciclone de 2010 segue vivo na memória da população de Três Lagoas. Mais do que um fenômeno climático extremo, aquele episódio se tornou parte da identidade da cidade, lembrando a todos da força da natureza e da necessidade de prevenção.
E assim, neste setembro de 2025, Três Lagoas relembra sua maior tragédia natural, marcada pela destruição, pela dor, mas também pela solidariedade de um povo que, mesmo diante do caos, se reergueu.