O lançamento da coluna da caldeira marca um dos momentos mais significativos da obra. Trata-se de uma etapa que estabelece o balizamento do projeto e assume caráter crítico por envolver a montagem vertical da planta — um dos processos mais complexos e desafiadores da construção
O Projeto Sucuriú, da multinacional Arauco, localizada na cidade vizinha de Três Lagoas, mais precisamente no município de Inocência, segue avançando com marcos históricos. Recentemente ficou pronto ‘o coração’ do megaempreendimento, o içamento da primeira coluna da maior caldeira de recuperação química do mundo.

Com 100 metros de altura, a estrutura simboliza inovação, tecnologia e colaboração em larga escala, reforçando o protagonismo do Brasil no mercado global de celulose. Com investimento estimado em US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões), o empreendimento que está sendo construído, é considerado a maior fábrica de celulose do planeta em etapa única.
A antes, pacata cidade de Inocência, está vendo o desenvolvimento diante dos olhos. Desde o início da construção, em 2024, o município expandiu a passos largos. Novos empreendimentos, geração de empregos e qualificação é apenas alguns dos pontos positivos que uma indústria entrega para uma comunidade.
A previsão da indústria entrar em operação está prevista para o final de 2027. Conforme o presidente da Arauco, Carlos Alberto Altimiras, construir algo grandioso começa com passos bem planejados, e nesta semana o Projeto Sucuriú expandiu horizontes.

“O edifício terá aproximadamente 100 metros de altura e abrigará a maior caldeira de recuperação química do mundo em plantas de celulose, um verdadeiro símbolo de inovação, tecnologia e sustentabilidade no setor. Ainda temos muitos desafios pela frente, mas seguimos confiantes de que estamos construindo um futuro grandioso, com excelência e propósito, graças ao comprometimento de cada profissional que faz parte deste projeto”, publicou o presidente da Arauco em uma rede social.
CRONOGRAMA
Além de todo o planejamento citado pelo presidente da fábrica, a construção está deslanchando e evoluindo de forma extremamente rápida. Para se ter uma ideia, a pedra fundamental, que seria um start do Projeto Sucuriú, foi lançada em 9 de abril de 2025, ou seja, em um intervalo aproximadamente seis meses, a empresa conseguiu construir a elevação da primeira coluna da maior caldeira de recuperação do planeta.

O Projeto Sucuriú não é apenas um investimento em infraestrutura, mas uma transformação estrutural para o setor global de papel e celulose. Com escala inédita, inovação tecnológica e compromisso socioambiental, ele fortalece o protagonismo do Brasil como líder mundial e projeta a Arauco para o posto de segunda maior produtora global de celulose.
O QUE É UMA CALDEIRA DE RECUPERAÇÃO?
A caldeira de recuperação celulose é um equipamento fundamental na indústria de papel e celulose, projetada para recuperar e reutilizar a energia contida nos gases de combustão gerados durante o processo de produção. Esse tipo de caldeira desempenha um papel crucial na eficiência energética das fábricas, permitindo a transformação de resíduos em energia, o que contribui para a sustentabilidade do processo produtivo.
Essencialmente, a caldeira de recuperação celulose opera através da queima de resíduos de madeira e outros materiais orgânicos, liberando vapor que pode ser utilizado para gerar eletricidade. O vapor é utilizado para gerar energia pra a própria fábrica, através de turbinas, onde após ainda é reutilizado nas demais áreas em pressões menores.

Além disso, as caldeiras de recuperação celulose são projetadas para funcionar com alta pressão e temperatura, o que maximiza a quantidade de energia recuperada. Esses equipamentos são construídos com materiais resistentes, capazes de suportar as condições extremas de operação. A manutenção regular é essencial para garantir que a caldeira funcione de maneira eficiente e segura.
Outro aspecto importante a ser considerado é a redução de emissões de gases poluentes. As caldeiras de recuperação celulose são projetadas para minimizar a liberação de substâncias nocivas ao meio ambiente. Com a implementação de tecnologias avançadas de filtragem e controle de emissões, essas caldeiras ajudam a atender às rigorosas normas ambientais, contribuindo para a sustentabilidade da indústria.
Um ponto que merece destaque é a integração da caldeira de recuperação celulose com outros sistemas de produção. Muitas fábricas utilizam sistemas de automação que permitem monitorar e controlar a operação da caldeira em tempo real. Isso não apenas melhora a eficiência, mas também proporciona dados valiosos que podem ser utilizados para otimizar o processo produtivo como um todo.
DEMANDAS
As caldeiras de recuperação celulose também desempenham um papel importante na economia circular. Ao recuperar energia e reutilizar resíduos, essas caldeiras ajudam a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e a minimizar o impacto ambiental da produção de papel. Com a crescente demanda por produtos sustentáveis, a utilização de caldeiras de recuperação se torna uma estratégia inteligente para as empresas que desejam se destacar no mercado.
Por fim, é importante ressaltar que a escolha de uma caldeira de recuperação celulose deve ser feita com base nas necessidades específicas de cada fábrica. Fatores como o tipo de matéria-prima, a capacidade de produção e os objetivos de sustentabilidade devem ser considerados ao selecionar o equipamento adequado. Com o avanço da tecnologia, novas opções e inovações estão constantemente surgindo, permitindo que as indústrias encontrem soluções cada vez mais eficientes e sustentáveis.
Em resumo, a caldeira de recuperação celulose é um componente vital na indústria de papel e celulose, oferecendo benefícios em eficiência energética, sustentabilidade e redução de custos. À medida que a demanda por práticas industriais mais verdes continua a crescer, a adoção dessas caldeiras se tornará cada vez mais comum, contribuindo para um futuro mais sustentável e responsável.
REGIÃO DO BOLSÃO É LÍDER MUNDIAL DA CELULOSE

Inocência está provando que mesmo sendo pequena, consegue receber um empreendimento de tamanha magnitude. Apesar dos obstáculos da empresa e também do poder público, com muito empenho a construção da Arauco caminha batendo recordes com o avanço do cronograma da obra surpreendente.
A cidade com pouco mais de 8 mil habitantes teve que mudar a sua rotina. Atualmente, pelo menos 6 mil trabalhadores estão instalados em Inocência para ajudar a construir a fábrica, mas a tendência é aumentar ainda mais, já que no pico das obras serão necessários 14 mil funcionários.
Seguindo o cronograma a risca, a empresa está no caminho de conseguir concluir, ou quem sabe, até antecipar a conclusão do empreendimento. Mesmo sem antes ter a estrutura necessária para receber os novos moradores, o município tem criado caminhos para conseguir alavancar economicamente com a indústria.
VALORIZAÇÃO E INVESTIMENTOS NA CIDADE

Novos restaurantes, hotéis, valorização imobiliária, investimentos em educação, saúde e uma série de outras melhorias estão sendo realizadas em Inocência. O desenvolvimento é tão grande que não impacta apenas a cidade que recebe a fábrica, mas toda região, incluindo Três Lagoas que por já ter duas indústrias há 20 anos, consegue ser um município com maior estrutura, o que acaba sendo o ‘escritório’ do já conhecido ‘Vale da Celulose’.
Além dos milhares de empregos gerados, para conseguir atender a demanda de uma Arauco, por exemplo, multinacionais também se instalam na região, movimentando ainda mais o comércio local e gerando ainda mais trabalho para a população. Além disso, as empresas também têm um compromisso com a comunidade, ajudando os moradores com cursos de qualificação de mão de obra.
E por falar em mão de obra, a região pode até ser chamada de ‘Vale do emprego’. A demanda das fábricas é tão grande que muitas vezes é preciso buscar trabalhadores em outras cidade. A Arauco, por exemplo, está se instalando em uma cidade de 8 mil habitantes, mas para o pico das obras precisa de 14 mil funcionários. É praticamente o dobro da população que reside no município.
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Como se não bastasse todo ‘boom’ econômico e melhorias que uma fábrica leva, a Arauco também consciência ambiental. Em 2020 a empresa recebeu a certificação Carbono Neutro, tornando-se a primeira companhia florestal do mundo a alcançar essa meta, um passo importante para enfrentar a crise climática.
Para ser certificado como Carbono Neutro, é preciso que o dióxido de carbono capturado supere as suas emissões globais. Há cinco anos, a Arauco concretizou essa meta e passou a contribuir significativamente na preservação do planeta. O marco nos posicionou a empresa como a primeira empresa florestal do mundo a conseguir esse importante objetivo.
Além disso, a empresa também busca manter um ótimo relacionamento com a comunidade. Através de um modelo baseado no diálogo e na participação, a estratégia de desenvolvimento da Arauco tem o propósito de contribuir com os moradores locais com programas que gerem valor.
Para isso, a empresa diversas ferramentas, capacidades e alianças que vão além da permanência nos diferentes lugares que a empresa se encontra contribuindo assim, com o desenvolvimento e a sustentabilidade do negócio.



