O Vale da Celulose, que inclui Três Lagoas e região, marcada pela expansão das plantações de eucalipto, criou 27.198 empregos com carteira assinada apenas no primeiro semestre de 2025. O número equivale praticamente à população de várias cidades de Mato Grosso do Sul.
De janeiro a julho, os cinco principais municípios do polo, Água Clara, Bataguassu, Inocência, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, registraram 266.041 admissões e 238.843 desligamentos. Os dados são do Observatório do Trabalho da Funtrab, a partir de levantamento no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

As contratações se espalham pela indústria, serviços, construção e comércio. A ocupação que mais empregou foi a de trabalhador de extração florestal, responsável por corte, classificação e reflorestamento. Em seguida aparecem motorista de caminhão e alimentador de linha de produção, função essencial na base da indústria.
300 VAGAS POR DIA
Em Ribas do Rio Pardo, a maioria das vagas está ligada à cadeia da celulose. “Em média, são oferecidas de 250 a 300 vagas todos os dias. E, graças a Deus, tem bastante demanda”, disse o prefeito Roberson Luiz Moureira (PSDB).

O crescimento acelerado trouxe déficit de moradia e necessidade de escolas. Entre 2020 e 2025, a cidade passou de 23 mil para cerca de 30 mil habitantes. A Suzano entregou 954 moradias e há outros projetos em andamento, como 600 casas em construção.
Segundo dados da Funtrab, Ribas acumulou 58.868 admissões e 52.803 desligamentos nos últimos cinco anos, com saldo positivo de 6.065 empregos.
Inocência, antes pacata com 8,4 mil moradores, registrou saldo negativo de empregos em 2022, mas virou destaque com o anúncio da fábrica da chilena Arauco. No ano passado, o município fechou 1.525 vagas a mais do que demissões, puxado pelo setor de serviços.