O Brasil registrou 949 pedidos de falência em 2024. O indicador representa uma queda de 3,5% comparado a 2023. As micro e pequenas empresas foram responsáveis pela maioria dos requerimentos, com 578
Com o governo Lula, o Serasa registrou em 2024 o maior número de pedidos de recuperação judicial desde o início da série histórica, em 2005. Ao todo, foram contabilizados 2.273 no ano passado, um aumento de 61,8% ante os 1.405 pedidos em 2023.

As micro e pequenas empresas foram as que mais entraram com pedidos de recuperação judicial, com 1.676 solicitações. Isso representa um aumento de 78,4% em relação aos 939 pedidos de 2023. Em seguida estão as médias empresas, com 416 solicitações, e as grandes, com 181.
O recorde de recuperações judiciais, porém, ocorreu em um ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) do país apresentou um crescimento expressivo. Estimativa do Banco Central (BC) divulgada em dezembro do ano passado, aponta que o PIB deve crescer 3,5% em 2024. O fato é que, à primeira vista, o salto dos pedidos de recuperação judicial soa contraditório nesse contexto de expansão econômica.
“Embora o ambiente econômico estivesse aquecido em 2024, o Brasil enfrentou uma taxa de juros bastante restritiva. Para as empresas que entram em inadimplência e não conseguem reverter essa situação, o instrumento de recuperação judicial auxilia na reorganização, evitando assim a falência”, disse a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack ao Valor Econômico.
Na avaliação da economista Camila Abdelmalack, da Serasa Experian, embora o PIB tenha dado uma arrancada significativa, os juros estão em um patamar “bastante restritivo”, o que, em parte, pode explicar o aumento das recuperações judiciais.
O setor de serviços liderou os números de pedidos de recuperação judicial. Em 2024 foram 928 pedidos. A indústria registrou 347 solicitações, o menor volume por setor.
INADIMPLÊNCIA EM ALTA

Dados que já haviam sido divulgados pela Serasa Experian, mostram que 6,9 milhões de companhias – o equivalente a 31,6% das empresas brasileiras – estavam inadimplentes em dezembro do ano passado. O total representou uma queda em relação aos dois meses anteriores, cujo número ficou em 7 milhões, mas, ainda assim, mostrou um aumento de 300 mil negócios inadimplentes em relação ao mesmo mês de 2023.
Camila observa que a última sequência de altas da Selic no país, iniciada pelo BC em novembro de 2024, que levou a taxa para os atuais 12,25% ao ano, ainda não teve grande impacto nos processos de recuperação judicial. Isso porque a ação dos juros demora entre seis a nove meses para repercutir no mercado, provocando o desaquecimento da atividade.
PEQUENAS PUXAM A FILA
Ainda em relação às recuperações judiciais, a pesquisa mostra que as micro e pequenas empresas puxaram a alta das solicitações. Esse grupo registrou 1.676 pedidos, requerimentos, um aumento de 78,4% em relação a 2023. Conforme o Metrópoles, em seguida, apareceram as médias e grandes companhias, com 416 e 181 requerimentos, respectivamente.
Na divisão por setor, as empresas do segmento de serviços foram as responsáveis pela maior parte dos requerimentos de recuperação judicial em 2024. O comércio ficou em segundo lugar; o setor primário, que abrange a agricultura e a pecuária, em terceiro; e a indústria em quarto.
PEDIDOS DE FALÊNCIA
O Brasil registrou 949 pedidos de falência em 2024. O indicador representa uma queda de 3,5% comparado a 2023. As micro e pequenas empresas foram responsáveis pela maioria dos requerimentos, com 578. Seguida pelas de médio e grande porte com 189 e 182, respectivamente.