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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Pedidos de recuperação judicial batem recorde em 2024, diz Serasa

O Brasil registrou 949 pedidos de falência em 2024. O indicador representa uma queda de 3,5% comparado a 2023. As micro e pequenas empresas foram responsáveis pela maioria dos requerimentos, com 578

Com o governo Lula, o Serasa registrou em 2024 o maior número de pedidos de recuperação judicial desde o início da série histórica, em 2005. Ao todo, foram contabilizados 2.273 no ano passado, um aumento de 61,8% ante os 1.405 pedidos em 2023.

Pedidos de recuperação judicial batem recorde em 2024, diz Serasa

As micro e pequenas empresas foram as que mais entraram com pedidos de recuperação judicial, com 1.676 solicitações. Isso representa um aumento de 78,4% em relação aos 939 pedidos de 2023. Em seguida estão as médias empresas, com 416 solicitações, e as grandes, com 181.

O recorde de recuperações judiciais, porém, ocorreu em um ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) do país apresentou um crescimento expressivo. Estimativa do Banco Central (BC) divulgada em dezembro do ano passado, aponta que o PIB deve crescer 3,5% em 2024. O fato é que, à primeira vista, o salto dos pedidos de recuperação judicial soa contraditório nesse contexto de expansão econômica.

“Embora o ambiente econômico estivesse aquecido em 2024, o Brasil enfrentou uma taxa de juros bastante restritiva. Para as empresas que entram em inadimplência e não conseguem reverter essa situação, o instrumento de recuperação judicial auxilia na reorganização, evitando assim a falência”, disse a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack ao Valor Econômico.

Na avaliação da economista Camila Abdelmalack, da Serasa Experian, embora o PIB tenha dado uma arrancada significativa, os juros estão em um patamar “bastante restritivo”, o que, em parte, pode explicar o aumento das recuperações judiciais.

O setor de serviços liderou os números de pedidos de recuperação judicial. Em 2024 foram 928 pedidos. A indústria registrou 347 solicitações, o menor volume por setor.

INADIMPLÊNCIA EM ALTA

Pedidos de recuperação judicial batem recorde em 2024, diz Serasa

Dados que já haviam sido divulgados pela Serasa Experian, mostram que 6,9 milhões de companhias – o equivalente a 31,6% das empresas brasileiras – estavam inadimplentes em dezembro do ano passado. O total representou uma queda em relação aos dois meses anteriores, cujo número ficou em 7 milhões, mas, ainda assim, mostrou um aumento de 300 mil negócios inadimplentes em relação ao mesmo mês de 2023.

Camila observa que a última sequência de altas da Selic no país, iniciada pelo BC em novembro de 2024, que levou a taxa para os atuais 12,25% ao ano, ainda não teve grande impacto nos processos de recuperação judicial. Isso porque a ação dos juros demora entre seis a nove meses para repercutir no mercado, provocando o desaquecimento da atividade.

PEQUENAS PUXAM A FILA

Ainda em relação às recuperações judiciais, a pesquisa mostra que as micro e pequenas empresas puxaram a alta das solicitações. Esse grupo registrou 1.676 pedidos, requerimentos, um aumento de 78,4% em relação a 2023. Conforme o Metrópoles, em seguida, apareceram as médias e grandes companhias, com 416 e 181 requerimentos, respectivamente.

Na divisão por setor, as empresas do segmento de serviços foram as responsáveis pela maior parte dos requerimentos de recuperação judicial em 2024. O comércio ficou em segundo lugar; o setor primário, que abrange a agricultura e a pecuária, em terceiro; e a indústria em quarto.

PEDIDOS DE FALÊNCIA

O Brasil registrou 949 pedidos de falência em 2024. O indicador representa uma queda de 3,5% comparado a 2023. As micro e pequenas empresas foram responsáveis pela maioria dos requerimentos, com 578. Seguida pelas de médio e grande porte com 189 e 182, respectivamente.

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