Publicação inédita mostra a contribuição do setor para a transição energética e a construção de um futuro mais verde e sustentável
A bioenergia florestal, uma fonte limpa e renovável, já responde por 12,09% do consumo energético brasileiro. Quando consideramos apenas o uso de energia elétrica, os produtos florestais representam 2,69%, uma quantidade suficiente para suprir a demanda de todas as residências do estado do Rio de Janeiro por um ano.
É o que mostra a publicação “Bioenergia das árvores cultivadas: energia verde para um futuro sustentável”, produzida pela Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) em parceria com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel).
A bioenergia florestal, derivada de produtos como o licor preto, carvão vegetal e biomassa lenhosa, é usada tanto pelo setor de árvores cultivadas como também para abastecer a indústria do país. Trata-se de uma alternativa estratégica para setores que tradicionalmente dependem de combustíveis fósseis, como siderurgia e mineração, além de segmentos como o de biocombustíveis para transporte terrestre e aéreo.
O Brasil é líder mundial na produção de carvão vegetal, utilizado como fonte de calor para gerar ferro-gusa e ferroligas, por exemplo. Atua também como agente redutor do minério de ferro na cadeia produtiva do aço verde, tornando a siderurgia e metalurgia mais sustentáveis. A construção de um viaduto com aço verde, por exemplo, pode poupar a emissão de 4 toneladas de CO2eq em relação a um viaduto similar, usando coque. Da mesma forma, a bioenergia florestal se mostra cada vez mais presente na diversificação da matriz de indústrias como a de cimento, de plástico, alimentícia e cervejeira.
Mas o papel da biomassa florestal vai além: há uma ampla gama de produtos energéticos, desde os já consolidados, como carvão vegetal, licor preto, cavacos, pellets e briquetes, até novas soluções, como o gás de síntese para hidrogênio de baixo carbono, o biometano e os biocombustíveis líquidos, incluindo etanol 2G e SAFs. Em termos ilustrativos, há uma biorrefinaria energética baseada em árvores cultivadas, com capacidade de escalar e de abrir oportunidades para a transição de baixo carbono.
“O setor de árvores cultivadas há décadas demonstra uma gestão inteligente dos recursos naturais. São hoje 10,5 milhões de hectares destinados à produção de árvores, além de outros 7,01 milhões de hectares de mata nativa conservada por essa indústria. Somos exemplos de como é possível produzir e preservar, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável, ao mesmo tempo que zelando pelo futuro de nosso planeta”, diz Paulo Hartung, presidente da Ibá.
O infográfico é assim um passo importante para ampliar o entendimento sobre a bioenergia do setor florestal para os stakeholders. O documento traduz de forma simples e acessível a relevância desse ativo no Brasil, mostrando que as árvores cultivadas, além de originarem produtos consolidados como papel, celulose, móveis e painéis, também são fonte de energia limpa, competitiva e sustentável para o futuro do país.
Sobre a Ibá
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais e de restauração de nativas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Lançada em abril de 2014, representa 50 empresas e 10 entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas. Esse é um setor protagonista da bioeconomia de larga escala, oferecendo soluções para um mundo que precisa descarbonizar com serviços ecossistêmicos, como a remoção de carbono, e dando origem a produtos recicláveis, biodegradáveis e provenientes de fonte renovável.