Após quase degolamento de estudante, moradores denunciam série de acidentes causados por cabos de internet caídos nas ruas da cidade
O que começou como um caso isolado se transformou em uma grave questão de segurança pública. Após a divulgação da matéria sobre o estudante que quase foi degolado por um fio de internet caído na Avenida Rosário Congro, diversas novas denúncias vieram à tona, revelando um cenário alarmante de acidentes provocados por cabos soltos espalhados pela cidade. A irresponsabilidade de empresas prestadoras de serviços de internet e a inércia das autoridades vêm expondo moradores a riscos diários.

REUNIÕES
A Elektro, concessionária responsável pelos postes de energia, até realizou reuniões e notificações às empresas, mas nenhuma ação efetiva foi tomada para eliminar o problema. A Prefeitura Municipal, por sua vez, segundo relatos e apuração da reportagem, não apresentou nenhuma medida concreta para fiscalizar ou remover os fios perigosos. O Ministério Público, que poderia intervir diante da omissão, também permanece em silêncio sobre o caso.
PREOCUPAÇÃO
Entre as autoridades locais, apenas o vereador Fernando Jurado demonstrou iniciativa ao reunir-se com representantes da Elektro e empresários do setor de internet. Durante o encontro, realizado na Câmara Municipal, Jurado cobrou providências imediatas. Na ocasião, os provedores se comprometeram a criar uma associação para regularizar a situação, mas, segundo informações apuradas, nada foi feito até o momento.
Enquanto as promessas não saem do papel, moradores continuam sendo vítimas dos fios soltos. Acidentes vêm sendo registrados em diferentes pontos da cidade:
Em 18 de agosto, uma jovem motociclista sofreu fratura no ombro e na costela após ser atingida por um fio na Avenida João Tomés.
Na semana seguinte, um rapaz teve a mão quebrada ao ser derrubado por um cabo próximo ao residencial Orestinho.
Outra moradora, que estava de bicicleta, está há mais de um ano sem andar após um fio se enrolar na roda e provocar a queda que resultou em fratura de fêmur.
Em mais um caso recente, uma vítima relatou: “Sofri um acidente do mesmo jeito no mês passado. Essas empresas e a prefeitura estão deixando muito a desejar! Precisam tomar vergonha na cara”.
FALTA AUTORIDADE
A sequência de acidentes expõe uma crise de responsabilidade que coloca em xeque a atuação das empresas e do poder público. Enquanto não houver uma ação coordenada e fiscalizatória efetiva, os fios continuarão sendo armadilhas invisíveis nas ruas de Três Lagoas — e a população, refém da negligência.
NOTA DA ELEKTRO
A Neoenergia Elektro informa que o cabo envolvido no acidente ocorrido em 31 de outubro nesta municipalidade não pertence à rede elétrica da concessionária.
Reiteramos nosso compromisso com a segurança da população e com a organização da infraestrutura urbana, especialmente no que diz respeito ao uso compartilhado dos postes por empresas de telecomunicações.
Desde setembro de 2024, a Neoenergia Elektro iniciou um projeto de levantamento e fiscalização dos cabos de telefonia, em Três Lagoas. Foram inspecionados 67.570 pontos, dos quais aproximadamente 40% estão irregulares ou que não apresentam autorização para uso dos postes.
As inspeções foram realizadas nos postes de todo o perímetro urbano do município
Como parte das ações corretivas, 23 empresas foram notificadas quanto à necessidade de regularização. A partir de maio de 2025, foram realizadas operações de ordenamento e remoção de cabos que apresentavam risco à segurança. No entanto, essas ações foram temporariamente interrompidas por provedores locais e determinação da Polícia Federal, impedindo a continuidade da ação.
Em outubro, retomamos as atividades com foco na remoção de cabos sem identificação ou autorização de fixação, totalizando cerca de 160 pontos regularizados até o momento.
A Neoenergia Elektro reafirma seu compromisso com a segurança da comunidade e permanece à disposição das autoridades locais para colaborar na apuração dos fatos e na implementação de medidas preventivas que evitem novas ocorrências.





